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Jornal do Commercio (PE) online

Tecnologia vira arma para enfraquecer crise (1 notícias)

Publicado em 21 de junho de 2009

Por Giovanni Sandes

Em tempos de aperto, reduzir custos vira quase obsessão. As empresas especializadas em tecnologia da informação aproveitam o mote para oferecer enxugamento nos gastos em áreas como gerenciamento de dados e até de estoques, deixando seus clientes focados no que nasceram para fazer: vender ou fabricar produtos ou serviços. Enquanto geram economia, por um lado, as vendedoras de soluções faturam milhões e projetam alta mesmo em ano de crise.

O Grupo TCI, nascido em Pernambuco e hoje com sede em São Paulo, faturou R$ 122 milhões no ano passado. Para 2009, são esperados R$ 196 milhões, um crescimento de 60%. O negócio da TCI é aprender sobre a atividade do cliente e, mais do que produzir um relatório, executar ela mesma as alterações necessárias ao aumento da eficiência de seu cliente.

“Quando vamos nos apresentar, a primeira coisa que fazemos é quebrar o paradigma de produto ou serviço”, explica Fábio Fischer, responsável pela área de Negócios da TCI. O grupo trabalha com o Business Process Outsourcing (BPO), conceito ainda novo no Brasil. Ao contrário do outsourcing convencional, que basicamente é terceirização, no BPO são assumidas partes inteiras da empresa do cliente. A TCI faz, por exemplo, o gerenciamento de toda a cadeia logística de medicamentos ou cuida de todos os documentos de seus clientes, fazendo inclusive armazenamento e digitalização.

“Vamos supor que um cliente tenha custo fixo de R$ 1 milhão por mês com uma área, mesmo sem uso. ós assumimos esse processo e cobramos R$ 10 por demanda”, exemplifica Fábio. A TCI conta com 3.200 funcionários, a maior parte espalhada pelo Brasil, integrada a seus clientes em Pernambuco, Bahia, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Brasília. O grupo atende órgãos públicos, instituições financeiras, mercado corporativo e saúde.

A Pitang Consultoria e Sistemas, recifense, é fruto de parceria entre o Cesar e o Rio Bravo Nordeste I, fundo de investimento administrado pela Rio Bravo. Desde 2006, seu faturamento tem crescido R$ 1 milhão ao ano, de acordo com o diretor de Negócios da Pitang, Roberto Borges. A alta estimada para 2009 é da mesma ordem. Com isso, a empresa deve chegar a R$ 18 milhões. A Pitang reúne 180 funcionários e acumula em seu portifólio clientes em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba e Ceará, além da Europa e Estados Unidos.

A empresa busca conhecer o negócio do cliente e integra desde a fabricação de software e outsourcing a soluções desenvolvidas para cada atendimento específico. Um dos casos apresentados pela empresa é o da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que utiliza um programa criado pela pernambucana para gerenciar R$ 450 milhões em projetos – são 60 mil analisados, em carteira, e 10 mil em execução. “É uma base gigantesca de dados”, afirma Roberto Borges. A companhia também pode assumir toda a área de tecnologia da informação do cliente.