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Tecnologia permite fazer vidros no microondas (1 notícias)

Publicado em 23 de agosto de 2002

Por Fabiana Pio
Um método revolucionário para fabricar vidro em forno de microondas foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O vidro produzido por esse método a partir de fósforo pode ser utilizado para fabricar lentes, fibras ópticas, raio laser e também biovidro -usado na área médica em implantes e próteses. "A pesquisa irá beneficiar principalmente as pequenas indústrias", diz José Roberto Martinelli, coordenador do projeto. O método permite economia de 95% de energia em relação aos fornos a gás e elétrico, maior agilidade no processo, além de menor risco de contaminação, segundo o coordenador. Segundo Martinelli, o processo já atraiu a atenção de indústrias norte-americanas. Uma delas é a pequena empresa norte-americana MO-SCI, em Missouri, nos Estados Unidos. O estudo desdobra-se em novo projeto, que visa a desenvolver a aplicação do vidro fosfato para o tratamento de câncer. VIDRO PODE SER PRODUZIDO EM MICROONDAS Fabiana Pio Um método revolucionário para fabricar vidro foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O novo processo consiste na utilização do forno microondas para produzir o vidro à base de fósforo. Esse material pode ser utilizado para fabricar lentes, fibras ópticas, raio laser e também biovidro. "A pesquisa irá beneficiar principalmente a pequena indústria especializada em produzir esses tipos de materiais", diz José Roberto Martinelli, coordenador do projeto. Segundo Martinelli, o processo já atraiu a atenção de indústrias norte-americanas. Uma delas é a pequena empresa norte-americana MO-SCI, em Missouri, nos Estados Unidos, que já utiliza o vidro à base de fosfato em determinadas aplicações, que não foram reveladas. VANTAGENS O método permite economia de 95% de energia em relação aos fornos a gás e elétrico, maior agilidade no processo, e menor risco de contaminação. De acordo com Martinelli, o estudo foi apresentado nos Estados Unidos durante um congresso da Associação Americana de Cerâmica. "Eles ficaram boquiabertos ao saber que o vidro foi produzido no microondas". diz o coordenador. "Após esse evento, fechamos uma parceria com a Universidade de Missouri. Agora, fabricamos o vidro e enviamos para eles também pesquisarem", acrescenta Martinelli. A pesquisa, que durou dois anos e meio, contou com a participação de sete pesquisadores e financiamento de cerca de R$ 120 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com Martinelli, o Ipen aguarda aprovação da Fapesp para iniciar um novo projeto, que visa a desenvolver a aplicação do vidro fosfato para o tratamento de câncer. Além disso, os estudos para a utilização do biovidro serão finalizados em 2003. O biovidro não é tóxico, induz o crescimento ósseo e pode ser ou não absorvido pelo organismo, dependendo do material utilizado no implante. Segundo Marcelo Carbonari, pesquisador do Ipen, o biovidro desenvolvido pelo instituto é formado por nióbio, cálcio, fosfato e sódio. "Essa composição é inédita no mundo", diz. Atualmente, já foram feitos implantes em coelhos. A pesquisa tem a colaboração do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo.