Um método revolucionário para fabricar vidro em forno de microondas foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O vidro produzido por esse método a partir de fósforo pode ser utilizado para fabricar lentes, fibras ópticas, raio laser e também biovidro -usado na área médica em implantes e próteses.
"A pesquisa irá beneficiar principalmente as pequenas indústrias", diz José Roberto Martinelli, coordenador do projeto.
O método permite economia de 95% de energia em relação aos fornos a gás e elétrico, maior agilidade no processo, além de menor risco de contaminação, segundo o coordenador.
Segundo Martinelli, o processo já atraiu a atenção de indústrias norte-americanas. Uma delas é a pequena empresa norte-americana MO-SCI, em Missouri, nos Estados Unidos.
O estudo desdobra-se em novo projeto, que visa a desenvolver a aplicação do vidro fosfato para o tratamento de câncer.
VIDRO PODE SER PRODUZIDO EM MICROONDAS
Fabiana Pio
Um método revolucionário para fabricar vidro foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O novo processo consiste na utilização do forno microondas para produzir o vidro à base de fósforo. Esse material pode ser utilizado para fabricar lentes, fibras ópticas, raio laser e também biovidro. "A pesquisa irá beneficiar principalmente a pequena indústria especializada em produzir esses tipos de materiais", diz José Roberto Martinelli, coordenador do projeto.
Segundo Martinelli, o processo já atraiu a atenção de indústrias norte-americanas. Uma delas é a pequena empresa norte-americana MO-SCI, em Missouri, nos Estados Unidos, que já utiliza o vidro à base de fosfato em determinadas aplicações, que não foram reveladas.
VANTAGENS
O método permite economia de 95% de energia em relação aos fornos a gás e elétrico, maior agilidade no processo, e menor risco de contaminação.
De acordo com Martinelli, o estudo foi apresentado nos Estados Unidos durante um congresso da Associação Americana de Cerâmica. "Eles ficaram boquiabertos ao saber que o vidro foi produzido no microondas". diz o coordenador.
"Após esse evento, fechamos uma parceria com a Universidade de Missouri. Agora, fabricamos o vidro e enviamos para eles também pesquisarem", acrescenta Martinelli.
A pesquisa, que durou dois anos e meio, contou com a participação de sete pesquisadores e financiamento de cerca de R$ 120 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com Martinelli, o Ipen aguarda aprovação da Fapesp para iniciar um novo projeto, que visa a desenvolver a aplicação do vidro fosfato para o tratamento de câncer.
Além disso, os estudos para a utilização do biovidro serão finalizados em 2003.
O biovidro não é tóxico, induz o crescimento ósseo e pode ser ou não absorvido pelo organismo, dependendo do material utilizado no implante. Segundo Marcelo Carbonari, pesquisador do Ipen, o biovidro desenvolvido pelo instituto é formado por nióbio, cálcio, fosfato e sódio. "Essa composição é inédita no mundo", diz.
Atualmente, já foram feitos implantes em coelhos. A pesquisa tem a colaboração do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo.
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DCI