A inovação tecnológica é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil e para assegurar competitividade e mercados cada vez mais globalizados. Portanto, a adoção de uma estratégia nacional que busque uma proposta ampla de política industrial para o País torna-se indispensável. Esse raciocínio orientou a redação do documento conjunto elaborado pelo Fórum Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência e Tecnologia e pelo Fórum das Fundações de Amparo à Pesquisa do Brasil, que estiveram reunidos, em setembro último, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em São Paulo.
"Ao longo das discussões, ficou claro que o maior patrimônio que a universidade tem são os seus cérebros", avalia o médico Paulo Eduardo de Abreu Machado, diretor da Faculdade de Medicina da UNESP, câmpus de Botucatu, e integrante do Conselho Superior da Fapesp na qualidade de representante dos institutos de ensino superior e de pesquisa. "O evento mostrou a necessidade de consolidar um sistema nacional de ciência e tecnologia que respeite as diferenças regionais e que permita o amplo envolvimento da sociedade", afirma Fernando Augusto Silva Marins, diretor da Faculdade de" Engenharia (FE) da UNESP, câmpus de Guaratinguetá. "As discussões foram muito produtivas", completa José Roberto Ernandes, diretor do Instituto de Química (IQ) do câmpus de Araraquara, unidade que, em setembro último, inaugurou obras e apresentou projetos contemplados pelo Programa Infra-estrutura da Fapesp. (veja quadro)
RECURSOS HUMANOS
Na cerimônia de abertura dos Fóruns, Francisco Romeu Landi, presidente da Fapesp, acentuou que a tomada de decisões, em cenários repletos de incerteza como os contemporâneos, é um desafio. "A diferença entre o sucesso e o desastre é a informação. Por isso, agilidade e flexibilidade são fundamentais", disse. A inovação tecnológica, para ele, seria então essencial para a disputa de mercados e a descoberta de nichos. "Entender a globalização, levar em conta a regionalização e promover a inovação na empresa são caminhos irreversíveis."
Durante os debates que antecederam a redação do documento final, Carlos Henrique de Brito Cruz, presidente do Conselho Superior da Fapesp, afirmou que projetos de pesquisa em parceria são necessários para que a universidade possa cumprir sua função de formação de recursos humanos sintonizados com as demandas tecnológicas. "A aproximação entre a universidade e as empresas pode contribuir para estabelecer uma cultura que valorize o conhecimento, mas não pode substituir o esforço das empresas na realização de Pesquisa e Desenvolvimento", argumenta.
De acordo com Machado, a universidade não pode se isolar da sociedade. "Enquanto os EUA importam os melhores cientistas do mundo, não podemos adotar medidas protecionistas que impeçam a vinda de pesquisadores ao País. Afinal, são eles que irão formar as futuras gerações de profissionais que poderão trazer efetiva contribuição para as empresas", diz.
As discussões, para Marins, da FE, evidenciaram a importância da participação das universidades em pesquisas tecnológicas em conjunto com as empresas. "A universidade deve se preocupar em ter mecanismos que facilitem sua interação com o setor produtivo e possa colaborar na formação de recursos humanos capacitados para enfrentar os desafios contemporâneos", conclui.
INSTITUTO DE QUÍMICA ESTÁ CRESCENDO
A inauguração dos prédios do Departamento de Química Analítica e do Laboratório de Equipamentos Multiusuários foi o destaque da cerimônia realizada, em 15 de setembro passado, no Instituto de Química (IQ) da UNESP, câmpus de Araraquara. Na ocasião, também foram apresentados os projetos contemplados no programa de Infra-estrutura da Fapesp, que incluem obras institucionais, como adequação e implantação da rede elétrica da unidade, instalação e complementação da rede local de informática, melhorias na biblioteca, aquisições de equipamentos multiusuários, infra-estruturas departamental e de laboratórios. A Fapesp também patrocina na unidade projetos individuais e temáticos de pesquisa em andamento, além de bolsas de doutorado, mestrado, iniciação científica, jovens doutores e pós-doutorado. "Ao todo, esses projetos envolvem cerca de US$ 3,720 milhões", informa José Roberto Ernandes, diretor do IQ.
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Jornal da Unesp