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Tecnologia de baixo custo permite morador testar qualidade da água em casa (111 notícias)

Publicado em 18 de agosto de 2023

Dispositivo desenvolvido na USP é barato, ecológico e fácil de usar

Um sensor portátil, fabricado com papel e nanopartículas de ouro sintetizadas por laser, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) para facilitar e baratear a produção de dispositivos que permitem identificar, fora do laboratório, compostos químicos presentes em líquidos, incluindo aqueles que podem comprometer a qualidade da água que consumimos. Os resultados do estudo, destacados pela Royal Society of Chemistry (Reino Unido) em sua conta no Twitter, foram publicados na revista Sensors & Diagnostics.

A um custo unitário de pouco mais de R$ 0,50, o sensor descartável tem como principal vantagem o fato de poder ser reproduzido em qualquer lugar do mundo, em larga escala, não dependendo de etapas “caseiras” (que demandam manuseio humano), o principal gargalo da indústria. Vale destacar que a tecnologia ainda está em processo de patenteamento.

As nanopartículas de ouro sobre o papel são as responsáveis pela reação eletroquímica que identifica as substâncias presentes no líquido. Segundo o pesquisador, também melhoram consideravelmente o desempenho em relação àqueles feitos por meio de serigrafia, impressão a jato de tinta, pulverização catódica e desenho a lápis, entre outros, pois garantem mais especificidade na detecção de espécies químicas frente a outras no mesmo ambiente.

Outra vantagem é se tratar de um produto sustentável : feito de papelão, pode incluir material reaproveitado e subutilizado e não lança mão de reagentes químicos tóxicos nas reações, ao contrário dos procedimentos mais comuns para a fabricação de sensores.

Diversas utilidades No estudo, financiado pela Fapesp, foi demonstrado desempenho considerado equivalente ao de dispositivos de custo superior na detecção de hipoclorito, substância utilizada no controle de qualidade de água da torneira e de piscinas (está presente, por exemplo, em alvejantes), mas que, em quantidades elevadas, pode ser prejudicial. Porém, de acordo com Paixão, seu uso é versátil e pode monitorar outras espécies químicas de interesse tanto na área de saúde, facilitando diagnósticos, quanto ambiental, na identificação de poluição em determinados ambientes.

Entre os próximos passos dos pesquisadores estão unir duas frentes de trabalho para potencializar as vantagens desse tipo de sensor e realizar um pedido de patente: síntese de nanomateriais e impressão 3D

Outros autores do estudo são Helton P. Nogueira, Iana Vitória Spadini Arantes , Jéssica S. G. Selva, Juliana L. M. Gongoni, Mauro Bertotti Vanessa Neiva de Ataide e Wilson Akira Ameku . O artigo Laser-induced fabrication of gold nanoparticles onto paper substrates and their application on paper-based electroanalytical devices pode ser lido AQUI

Fonte: CicloVivo

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