A tecnologia da informação ganha muito mais importância quando é usada para resolver problemas que enfrentamos em nosso dia-a-dia. Hoje, uma das questões mais difíceis é encontrar formas de localizar grandes quantidades de informação. Muitas vezes, chamamos essa situação de "sobrecarga de informações".
Um exemplo desse fenômeno ocorre sempre que um executivo que tem muitos compromissos agendados não consegue se lembrar de todos. O ideal seria detalhá-los em uma agenda. Entretanto, esse simples sistema pode rapidamente mostrar-se inadequado. O que fazer quando é necessário marcar uma reunião para o ano seguinte? E quando você precisa lembrar-se do lugar e hora exatos de uma reunião ocorrida há dois anos? E ainda mais: como permitir que sua secretária seja capaz de alterar os compromissos do escritório quando você viaja a negócios e levou consigo sua agenda? A solução adotada por muitos é usar os mais atualizados programas de agendas para computadores pessoais. Desse modo, tanto você quanto a sua secretária são capazes de fazer simultaneamente várias mudanças na agenda.
Agora pense sobre a enorme quantidade de informações que os negócios exigem em termos de armazenamento e recuperação. Os especialistas do setor avaliam que as empresas acumulam por dia 21 milhões de novos documentos. Imagine o volume de solicitações de cobertura de sinistros que qualquer uma das grandes seguradoras brasileiras precisa armazenar. Com o passar dos anos, essa empresa vai acumular milhões de documentos de centenas de milhares de clientes. Normalmente, as empresas guardam esses papéis em caixas e as arquivam em depósitos. Para armazenar e recuperar uma grande quantidade de dados como essa, seria necessária a adoção de um sistema eletrônico inúmeras vezes mais complexo que um programa desenvolvido para agendas de computadores pessoais.
Nos últimos dois anos, avanços na indústria de informática tornaram prático armazenar documentos em fita magnética, a um custo que é menor do que o custo de armazenamento de papel. Essa inovação, proporcionada pelo baixo custo do armazenamento digital, está provocando rápidas mudanças no modo como as empresas gerenciam a informação. Uma das vantagens do uso das fitas magnéticas em relação a outras formas de armazenamento é que os cartuchos de fitas magnéticas podem ser mantidos em um sistema completamente automatizado, que usa robôs e um sofisticado sistema de indexação para localizar qualquer registro em apenas poucos segundos.
No ano passado, um banco em Los Angeles tornou-se o primeiro do mundo a armazenar cheques de clientes em fitas magnéticas. Essa instituição descobriu que é capaz de guardar a informação contida em 7,5 milhões de imagens de cheques em um pequeno cartucho de fita magnética. Esse tipo de armazenamento é mais barato do que o realizado em papel ou microficha. E, o que é melhor, essa tecnologia aumenta a satisfação do cliente, uma vez que o banco pode localizar um cheque antigo do cliente em questão de segundos.
Outro fato semelhante ocorreu no início deste ano. Desta vez, uma emissora de televisão de San Francisco, Califórnia, tornou-se a primeira no mundo a usar cartuchos de fitas magnéticas e fitotecas para armazenar milhares de horas de videoteipe que eram, até então, arquivadas em cassete VHS. Agora, a emissora está convertendo milhares de horas de vídeo antigas em informação digital, eliminando salas antes repletas de fitas de vídeo. Esse avançado sistema permite à emissora automatizar sua programação. Poucos cartuchos de fitas conseguem armazenar um dia inteiro de programas e comerciais e o sistema robótico literalmente opera a emissora. Os executivos dessa estação de televisão esperam economizar centenas de milhares de dólares durante o primeiro ano de uso do sistema.
Hospitais também estão usando essa mesma tecnologia em aplicações específicas. Ao digitalizar as radiografias e as imagens de ressonância magnética (MEU), eliminam a necessidade de manter inúmeras gavetas de filmes de raios X. Apesar de arquivar todas as radiografias dos pacientes durante suas vidas, a verdade é que na maior parte das vezes os hospitais acabam perdendo esses dados, simplesmente porque um técnico não os identificou corretamente, ou uma enfermeira não os guardou na gaveta correta. Quando as importantes imagens médicas são armazenadas eletronicamente, é mais fácil localizá-las e transportá-las. Agora, por exemplo, se um turista quebra a perna esquiando em Aspen, nos Estados Unidos, é possível examinar radiografias antigas tiradas em um hospital, em São Paulo, há cinco anos.
A comunidade científica vem utilizando com inteligência os recursos da informática. As universidades e organizações que mapeiam o Universo, o fundo do oceano ou a formação dos ventos precisam armazenar grandes quantidades de informação. Na maioria dos casos guardam esses dados para sempre, pois o valor da informação, ali contida, somente poderá ser plenamente entendido muitos anos depois. O modo mais prático de guardar essa vasta quantidade de informação é usar fitas magnéticas de altíssima densidade, e o melhor modo de localizar milhares de cartuchos de fitas magnéticas é armazená-las em um sistema robótico. Os sistemas maiores são capazes de localizar dezenas de milhares de cartuchos em um único sistema.
Negócios, hospitais, cientistas e todos nós geramos diariamente grande quantidade de informação. Encontrar novas maneiras que permitam acesso a essa enorme quantidade de informações e conhecimentos para todos que deles necessitem é um desafio constante da indústria da tecnologia da informação.
"Chairman", presidente e "Chief Executive Officer" (CEO) da Storage Technology Corp., de Louisville, Colorado, EUA.
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Gazeta Mercantil