Uma nova tecnologia de tratamento de superfícies que está em fase de testes na Universidade de Campinas (Unicamp) poderá revolucionar a fabricação de componentes.
O processo, que permite tornar as superfícies dos metais mais duráveis e mais resistentes à corrosão, é inédito, segundo o coordenador do trabalho, o professor Daniel Wisnivesky.
A pesquisa foi pedida pela fabricante de autopeças Eaton.
Segundo o coordenador do projeto, Daniel Wisnivesky, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, a técnica, que consiste na implantação iônica por plasma, é inédita no Brasil.
Ele informa que se essa tecnologia se mostrar viável ela será uma revolução no processo de fabricação de componentes para peças automotivas, por exemplo, uma vez que utilizará uma metodologia mais econômica e menos complexa que a usada atualmente.
Para desenvolver o projeto, a Unicamp vai inaugurar esta semana, o Laboratório de Implantação Iônica e Tratamento de Superfícies (LIITS), com equipamentos nacionais.
O projeto vai reduzir a deformação das peças de metais, além de alterar as propriedades de dureza superficial e a resistência térmica do material. Segundo dados da Unicamp, os íons implantados e difundidos termicamente são incorporados à estrutura dos metais, alterando sua dureza, resistência ao impacto, atrito e corrosão.
A técnica pode ser aplicada à indústria mecânica, automotiva, hidráulica, de deformação de metais, forjaria siderúrgica, biomédica e de alimentação.
Para o coordenador do projeto, a tecnologia pode ser utilizada em qualquer metal cuja superfície necessita ser adequada, como ferramentas de corte, facas, bisturis e engrenagens.
Segundo dados da Unicamp, o tratamento termoquímico por plasma oferece diversas vantagens quando comparado aos métodos tradicionais de nitretação por banho de sal ou nitretação gasosa. Uma das vantagens é a menor destorçam dimensional da peça devido à reduzida temperatura da técnica do plasma e ao fato de o processo ser realizado em vácuo.
Além disso, a menor temperatura da implantação iônica por plasma proporciona melhor acabamento das peças, o que minimiza o trabalho das peças após o tratamento.
A nitretação com plasma produz uma camada densa, não porosa, muito dura e com baixo coeficiente de atrito, o que diminui o desgaste, segundo informações da pesquisa.
Serão investidos no projeto cerca de R$ 1,6 milhão, sendo cerca de R$ 500 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o restante da Eaton.
Para a Eaton, a redução do desgaste dos metais é interessante, uma vez que é um método mais limpo, econômico e moderno, segundo a pesquisa.
Por ser um processo mais rápido, usa menores quantidades de produtos químicos, sem necessidade de retrabalho e também com menor refugo.
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DCI