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Farol da Bahia

Técnica de fotoimunoterapia pode eliminar vírus HIV, diz pesquisa

Publicado em 16 agosto 2021

Por Júlio Bernardes

Testes em laboratório realizados em pesquisa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP apresentaram bons resultados de uma técnica que combina fototerapia e imunoterapia, a chamada fotoimunoterapia (FIT), para combater o HIV, o vírus da Aids.

Os pesquisadores criaram um anticorpo com moléculas sensíveis à luz, capaz de se ligar ao vírus e a células infectadas pelo HIV presentes no sangue, destruindo-as por meio de uma iluminação específica.

Novos estudos precisam ser feitos para que haja permissão do uso da técnica em seres humanos, como um complemento aos medicamentos retrovirais no combate à infecção pelo HIV.

“Nessa pesquisa, abordamos dois aspectos importantes quando consideramos uma terapia eficaz para o combate ao vírus, as células de defesa infectadas pelo HIV ainda persistem por décadas em pacientes que recebem terapia antirretroviral e o aumento alarmante de vírus HIV resistente aos medicamentos”, afirma o professor Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, coordenador da pesquisa, em artigo publicado no site da revista científica ACS Omega.

A técnica FIT combina terapia fotodinâmica e imunoterapia, direcionada a proteínas do envelope do HIV. “Propomos nesse estudo a aplicação da FIT, não apenas contra as células de defesa que, quando infectadas, expressam as proteínas do envelope do HIV em suas membranas, mas também contra o próprio HIV circulante no sangue” disse o professor.

A pesquisa teve a participação de Mohammad Sadraeian, primeiro autor do artigo, que realiza estudos de pós-doutorado com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e do professor Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, ambos do IFSC. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), colaboraram Edgar Ferreira da Cruz e os professores Luiz Mário Ramos Janini e Ricardo Sobhie Diaz, do Laboratório de Retrovirologia. O estudo contou ainda com as contribuições de Ross W. Boyle, da University of Hull, Calise Bahou e o professor Vijay Chudasama, do University College London (Reino Unido).