Um total de R$ 200 mil serão destinados para um projeto que tem como alvo a terceira maior cultura do município, o milho verde, e como proposta a produção industrial de seus derivados, visando a geração de emprego e renda para agricultores familiares do bairro Tanquinho, tradicional reduto de cultivo de milho. O projeto também quer resgatar o status trazido por um slogan antigo, o Pamonhas de Piracicaba, que se não conseguiu garantir a continuidade do mercado para o produto na cidade, vai em busca da certificação para atingir essa meta.
Elaborado pelo Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o projeto teve sua primeira etapa iniciada ontem. Trata-se do diagnóstico da cadeia produtiva do milho verde, com a identificação das características da produção (agrícola, comercialização, processamento agroindustrial e consumo em Piracicaba.
Essa primeira etapa, que deve estar concluída em agosto, e para a qual já foram destinados R$ 30 mil, vai ser estratégica para a continuidade do projeto e a liberação do restante dos recursos. Ela prevê a implantação de uma agroindústria para a fabricação da pamonha, segundo informou a professora Marta Fillet Spoto, da Esalq.
"Teremos uma espécie de planta piloto para o processamento de milho in natura, que será instalada no Centro Rural do bairro Tanquinho", afirmou. Essa planta vai poder ser usada pelos interessados em fabricar especialmente a pamonha —carro-chefe do projeto —mas também para difundir a metodologia de preparo do produto para outros interessados, dentro de normas que serão orientadas pela Esalq, voltadas para otimizar a produção, mas também para garantir a segurança alimentar do consumidor e a vida útil do produto.
Esses cuidados devem garantir que a pamonha de Piracicaba receba o Selo de Qualidade da Secretaria do Estado da Agricultara, e tornar mais próximo um sonho da comunidade de Tanquinho, que pensa em montar um entreposto permanente de produtos e subprodutos do milho.Tanquinho possui cerca de 250 hectares com produção de 5.000 quilos de milho por hectare.
COMÉRCIO - O presidente do Centro Rural de Tanquinho, José Albertino Bendassolli, disse que existe demanda concreta de procura pelos produtos feitos com milho o ano todo, muito embora eles sejam produzidos apenas na festa realizada em março no centro. Os produtores estão animados com a perspectiva de manter um ponto de venda permanente.
"Comercializar o produto vai exigir a participação de pelo menos 30 pequenos produtores, para atender aos 2.000 quilos de milho que o projeto da agroindústria precisa para produzir 10 mil unidades de pamonha/dia, estimadas para um primeiro momento", disse Bendassolli. O Sebrae e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Piracicaba são parceiros do projeto.
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Jornal de Piracicaba