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Tambaqui pode ser apenas um produto brasileiro no mercado global de peixes, segundo estudo (50 notícias)

Publicado em 12 de fevereiro de 2022

Um peixe com produção máxima de ninhadas, taxas máximas de crescimento, uma dieta basicamente vegetariana, resistência a baixas quantidades de oxigênio na água e demanda do mercado é o sonho de qualquer piscicultor.

Sem investimentos primários em inovação e melhoramento genético, o tambaqui (Colisão macropomum) combinou essas características e atingiu uma produção anual de 100 mil toneladas no Brasil, apenas tilápia, com cerca de 500 mil toneladas.

A diferença é que a espécie africana tem sido alvo de um vasto programa de reprodução desde a década de 1980 na Ásia. O passo em frente, conhecido como GIFT (Tilápia de Reprodução Geneticamente Aprimorada), é hoje produzido em 14 países, além do Brasil, que também possui uma cadeia de corporações comprometidas com a pesquisa e desenvolvimento de produtos para este mercado.

Devido às suas características de ervas, os pesquisadores relatam que o tambaqui, peixe local dos rios amazônicos, tem potencial no mercado não só nacionalmente, mas também globalmente, e pode ser um produto brasileiro genuíno. No entanto, há falta de investimento em inovação, observam os pesquisadores em artigo publicado na revista Reviews in Aquaculture.

“Um peixe amazônico, com 75% de nutrição vegetariana e gestão muito simples, tem grande potencial como produto sustentável, em um momento em que a aquicultura está sendo atacada pelos efeitos ambientais causados, por exemplo, pela salmonicultura, o primeiro peixe a se tornar um produto estrangeiro”, diz Alexandre Hilsdorf, professor e pesquisador do Centro Integrado de Biotecnologia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). primeiro do estudo.

O e-book reúne a mais recente sabedoria sobre facetas da cultura Tambaqui, desde a história da produção no Brasil – as primeiras tentativas de domesticação remontam à década de 1930 – até sistemas de produção, genética, nutrição, doenças e métodos de processamento.

Parte da produção clínica em peixes nos últimos anos tem sido apoiada pela FAPESP, que financiou os estudos de alguns dos autores do trabalho, como o próprio Hilsdorf, coordenador do trabalho “Genética quantitativa integrada e genômica para características da zootecnia”. interesse em tambaquis (Colossoma macropomum)”.

O pesquisador é um dos culpados pelo sequenciamento e análise do genoma da espécie, publicado em setembro de 2021. Hilsdorf também coordenou um estudo que caracterizou tambaquis sem espinhas intermusculares, as em forma de “Y” encontradas na carne de determinadas espécies. Outro é conhecido por ser genes com toda a probabilidade relacionada à ausência dessas espinhas no tambaqui.

Em pinturas passadas, sua organização estimou os parâmetros genéticos de várias características do tambaqui, como as que dominam o lombo, um dos cortes mais populares entre os consumidores. Juntas, as pinturas estabelecem parâmetros clínicos para a progressão escalonante que avança os tipos genéticos para o mercado.

“O lombo de porco, por exemplo, passou por melhorias genéticas. As raças de suínos que temos no Brasil foram decididas a ter uma camada de gordura reduzida e uma área de lombo mais alta. A melhoria pode garantir que cortes de tambaqui chamados lombo, tiras e costelas resultem em produtos ainda maiores do que os produtos existentes”, diz o pesquisador.

Manaus é o principal mercado para clientes de tambaqui. Enquanto na década de 1970 a aldeia dependia quase inteiramente da pesca para atender à demanda por peixes, conta com os piscicultores de estados vizinhos (Acre, Rondônia e Roraima) como seus principais fornecedores.

Nos restaurantes de Manaus, o peixe, que, extraído da natureza, chegou a dez quilos, foi substituído por jovens criados em cativeiro, pesando entre dois e três quilos. “Os restaurateurs preferem este último porque é um produto mais padronizado”, diz Hilsdorf.

Paradoxalmente, as características que tornam o animal tão vantajoso para a reprodução em cativeiro matam investimentos de melhoria. As matrizes, peixes que servem como criadores, ainda são adquiridas de outros piscicultores ou permanecem na natureza.

A enorme produção de fritas (galinhas) e a expansão imediata para outras espécies (podem chegar a dois quilos por ano), além da resistência a ambientes com pouco oxigênio, fazem com que os fabricantes não invistam em melhorias.

“Não fazer um investimento porque a espécie já está agindo bem é o raciocínio. Se o peixe ganhar dois quilos em um ano, com uma melhora pode ter sucesso nesse peso em nove meses, por exemplo. O fabricante que investe neste domínio começará a promover fritos ou criadores entre os vizinhos e estará na vanguarda do mercado. É um investimento arriscado a longo prazo, mas a história mostra que há um retorno”, diz o pesquisador.

O peixe vive uma diversidade de temperatura entre 25°C e 34°C, o que ajuda a manter a cultura quase limitada no norte do Brasil. A progressão de variedades resistentes a baixas temperaturas, por exemplo, pode viabilizar a cultura no resto do país.

Em vez disso, a solução encontrou a progressão de híbridos com espécies que viviam mais ao sul do equador, como o pacú (Piaractus mesopotamicus), cuja travessia dá origem ao tambacu, e a pirapitinga (Piaractus brachypomus), que deu origem à tambatinga.

“Temos recursos genéticos suficientes para expandir espécies com outros perfis de tolerância sem sangue, baixos em oxigênio na água, doenças, desossados, com maior produção de descendentes e carne, entre outros. Não queremos a produção de híbridos, que representam uma ameaça à manutenção da integridade dos recursos genéticos selvagens devido à fuga de pisciculturas. Os produtores terão que ir mais longe, na busca de produtos geneticamente incríveis para o status quo da piscicultura econômica e ecologicamente sustentável. É isso que o mercado global exige ultimamente”, conclui o pesquisador.

O artigo Colossoma macropomum agricultura e pecuária: das águas amazônicas à produção sustentável pode estar aqui.

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