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Tamanho da epidemia do zika é subestimado (1 notícias)

Publicado em 08 de outubro de 2016

Um estudo coordenado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sugere que o tamanho da epidemia causada pelo vírus zika no Brasil pode estar sendo subestimado nas estatísticas oficiais – e parte dos casos confundida com dengue.

A equipe, coordenada pelo professor Maurício Lacerda Nogueira, integrante da Rede Zika no Estado, analisou por meio de testes moleculares amostras sanguíneas de 800 pacientes com suspeita de dengue atendidos entre janeiro e agosto de 2016. O material foi fornecido pelo Hospital de Base, ligado à Famerp, e pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto.

O diagnóstico inicial – feito com base nos sintomas clínicos e em testes sorológicos – foi confirmado em apenas 400 amostras. Mais de 100 dos casos analisados deram positivo para o vírus zika e, em uma das amostras, foi identificado o vírus causador da febre chikungunya.

Nas outras quase 300 amostras restantes não foi encontrado nenhum dos três arbovírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti e os pesquisadores suspeitam que, na realidade, pode se tratar de casos de gripe ou de outras viroses.

Parte dos dados foi publicada este mês no Journal of Clinical Virology.

“Esses resultados indicam que aquela divisão clássica que se costuma fazer entre os sintomas – associar conjuntivite ao zika e dor nas articulações ao chikungunya.”

Por Luna Kfouri