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Tabela Brasileira de Composição de Alimentos é modelo para América Latina (6 notícias)

Publicado em 30 de setembro de 2022

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A Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA) – que traz o valor nutricional e energético de milhares de itens e que tem sido constantemente expandida e atualizada pela equipe do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) – tornou-se referência para a criação ou reestruturação de outras tabelas do gênero na América Latina. Há cerca de dois anos, o FoRC participa, com essa finalidade, de treinamentos de nutricionistas, engenheiros de alimentos e farmacêuticos que atuam na área de composição de alimentos.

O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

Em 2022, pesquisadores do FoRC passaram a liderar um curso de capacitação em compilação de dados para pesquisadores de 13 países da região. Com isso, pretendem abrir caminho para a criação do Portal de Tabelas de Composição de Alimentos da América Latina.

A iniciativa ocorre no âmbito da Latinfoods (Red Latinoamericana de Composición de Alimentos) – braço da Rede Internacional de Sistemas de Dados de Alimentos (Infoods) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Trata-se de uma rede mundial de especialistas dedicada a melhorar a qualidade, a disponibilidade, a confiabilidade e o uso de dados de composição de alimentos.

“Dados de composição de alimentos são importantes em várias atividades, inclusive para nortear políticas públicas. A TBCA, por exemplo, está servindo de base para subsidiar a análise de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamento Familiar [POF] do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], além de vários estudos populacionais. Em âmbito regional, ferramentas como essa possibilitam, por exemplo, identificar carências nutricionais; paralelamente, dados de biodiversidade permitem identificar e estimular o plantio de variedades mais ricas em determinados nutrientes, adequadas ao clima e solo de um determinado país”, explicou a nutricionista Dra. Eliana Bistriche Giuntini, pesquisadora do FoRC e responsável pela parte de treinamento em métodos analíticos, identificação de alimentos e amostragem no projeto.

Metodologias padronizadas

No entanto, para que seja possível fazer comparações de nutrientes entre alimentos iguais, mas oriundos de países diferentes, é necessário que as tabelas tenham um padrão nas metodologias analíticas empregadas. “A compilação de dados, que é feita pelo rastreamento de estudos científicos, exige uma avaliação criteriosa da qualidade da publicação. Antes de assimilar qualquer informação, é preciso verificar, por exemplo, se o plano de amostragem, o tratamento da amostra e os métodos analíticos usados para um determinado componente foram os mais adequados”, disse a Dra. Giuntini.

Também é preciso que os cálculos usados na quantificação dos nutrientes nas receitas sigam um padrão. “Esse será o foco do nosso próximo treinamento, previsto para ocorrer no ano que vem”, contou a pesquisadora.

Uma vez padronizadas as metodologias e a compilação por meio de formulário específico, cada país terá seu banco de dados formatado de forma similar aos demais e será criado o Portal de Tabelas de Composição de Alimentos da América Latina, que deverá estar disponível para consulta em 2023, reunindo a maior parte das tabelas dos países latino-americanos. Esse trabalho vem sendo feito sob a coordenação da nutricionista Dra. Kristy Soraya Coelho, também pesquisadora do FoRC, com a participação de vários membros do Latinfoods.

Em constante evolução

Lançada em 1998, a TBCA foi primeira tabela de composição de alimentos on-line da América Latina, como resultado de um projeto da Brasilfoods (Rede Brasileira de Sistemas de Dados de Composição de Alimentos). Em 2013, o projeto foi abarcado pelo FoRC. Desde então, a TBCA vem sendo expandida e aprimorada pela Dra. Coelho e Dra. Giuntini, sob a coordenação do professor Dr.Franco Lajolo (FCF-USP) e da professora aposentada Dra. Elizabete Wenzel de Menezes, ambos membros do FoRC e responsáveis pela TBCA desde a primeira versão.

Em 2016, a TBCA ganhou um site mais robusto e com sistema de busca otimizado, além de aplicativos IOS e Android. Tornou-se também a tabela mais abrangente do país. Atualmente, sua base de dados informa os nutrientes e os valores energéticos de 5.400 alimentos, sendo 3.800 receitas, com formas de apresentação diversas (alimentos crus e cozidos, pratos compostos, produtos manufaturados), incluindo preparações para vegetarianos, veganos e bebês, além de outras sem lactose ou sem glúten. Um dos grandes diferenciais da TBCA é a prioridade para os alimentos mais consumidos no Brasil.

“A TBCA está em constante evolução. A versão 7.2 já possibilita a comparação entre três alimentos, mesmo que sejam de grupos diferentes. A partir de outubro, haverá um mecanismo que possibilitará alterar os valores das medidas. Dessa forma, o usuário poderá obter informações nutricionais na medida exata que precisa”, afirma Coelho. O TBCApp também já tem uma segunda versão, de 2022, que foi aprimorada para facilitar a consulta.

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Agência FAPESP  com informações da Assessoria de Comunicação do FoRC.