Equipamento colocará o Brasil entre os poucos países que podem contribuir com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
O supercomputador que está sendo instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério de Ciência e Tecnologia, vai colocar o Brasil entre os poucos países que podem contribuir com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) em termos de modelagem climática global. A informação foi publicada na revista Nature, apontada como uma das mais conceituadas publicações científicas, em sua edição do último dia 4.
O novo equipamento estará entre os mais poderosos do mundo quando em plena operação e será utilizado para aprimorar a qualidade das previsões meteorológicas e o desenvolvimento de cenários climáticos futuros globais e regionais. O supercomputador é um XT6 da Cray que foi batizado de "Tupã".
Adquirido com recursos do MCT e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o novo sistema de supercomputação está no Instituto de Cachoeira Paulista (SP) e atenderá a seus Centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) do MCT, do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.
O supercomputador será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do Sistema Terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, entre outros), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação e urbanização). Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.
Além da geração dos modelos climáticos globais, ao ampliar em mais de 50 vezes a capacidade de processamento no Inpe, o supercomputador permitirá gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros.
(Da redação, com assessoria de imprensa)