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Sudeste no mapa da inovação: São Paulo se estabelece como principal berçário de startups de base científica (1 notícias)

Publicado em 19 de agosto de 2024

Por Dubes Sônego

No final de 2020, quando apresentou pela primeira vez sua proposta de negócio a um investidor, a geneticista Lygia Pereira, professora titular da Universidade de São Paulo (USP), com 28 anos de carreira acadêmica, estava segura de que havia preparado uma apresentação de powerpoint “digna de um case da Harvard Business School”. O investidor, no entanto, não entendeu nada. “Só que intuiu coisa boa ali”, conta.

Eduardo Mufarej, o interlocutor em questão, da gestora de capital de risco Good Karma Partners, contratou um consultor para esmiuçar o documento, conversar com as fundadoras e descobrir se o risco valia a pena. Dez semanas depois, veio o veredito. Não só o projeto da Gen-t recebeu dinheiro, como o consultor, Fernando Stegmann, virou sócio cofundador do negócio.

Até recentemente, era comum ouvir de investidores que o Brasil era muito capaz na geração de startups com tecnologias digitais maduras. Mas, diferentemente de outros países mais desenvolvidos, tinha barreiras ao surgimento de startups com diferenciais nascidos de pesquisas científicas, protegidos por patentes e difíceis de replicar.

Uma série de avanços, porém, tem levado a mudanças promissoras na visão do mercado. Depois de décadas de investimentos públicos em formação de pessoal e pesquisa básica, negócios como o liderado por Lygia vêm mostrando que a distância entre a academia e a iniciativa privada é cada vez mais curta no Brasil.

O caso da Gen-t é emblemático. Hoje, passados mais de três anos, a empresa é um dos exemplos mais bem-acabados do potencial da incipiente onda de startups de base científica, as chamadas deep techs, no Brasil – um movimento que tem o Sudeste, e mais especificamente a capital paulista, como epicentro.

Depois de levantar US$ 4 milhões e reunir especialistas em áreas de ponta, como genética, bioinformática e ciência de dados, a empresa está estruturando uma plataforma com informações sobre o genoma da população brasileira, em toda sua diversidade e riqueza, para dar suporte ao desenvolvimento de tratamentos médicos personalizados e novas drogas, mais precisas, tanto aqui quanto no exterior. Já sequenciou o DNA de cerca de 10 mil pessoas, das 200 mil que pretende sequenciar até 2026. Apesar de a meta ainda estar distante, o número foi suficiente para fechar um projeto piloto, no final de 2023, com uma farmacêutica internacional, entregue há poucas semanas. “Há plataformas como a nossa lá fora, criadas a partir de genomas de populações majoritariamente brancas, da Europa e dos Estados Unidos”, diz a pesquisadora e empresária. O problema, explica, é que diagnósticos e testes de predição de risco feitos a partir delas, para diversas doenças, perdem em precisão quando aplicados a pessoas de outras ancestralidades. “As empresas querem diversidade porque aumentam as oportunidades de inovação.”

Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chamado Deep Tech, a nova onda, aponta que o país já tem ao menos 101 startups construídas a partir de descobertas científicas de impacto, ou de projetos de engenharia complexa. Juntas, elas já captaram US$ 441 milhões e valem US$ 1,9 bilhão.

Em número de startups, na América Latina, o Brasil está atrás apenas da Argentina, com 103. Mas, em potencial, o ecossistema brasileiro é apontado como o mais promissor, pelo volume de produção científica. O país concentra 77% dos pesquisadores da região, 58% das patentes e 47% das contribuições em artigos acadêmicos – mas apenas 33% das deep techs. “Essa discrepância pode ser atribuída, em parte, ao modelo de startup digital, predominante no Brasil, focado no mercado local e com mentalidade diferente em comparação com a natureza global da deep tech. Mas é difícil imaginar que esse problema não será resolvido com o tempo”, afirma Ignacio Peña, que assina o estudo do BID.

São Paulo à frente

A tendência apresenta diferenças regionais importantes. Apesar de existirem iniciativas espalhadas por todo o país, o Sudeste, e mais especificamente o estado de São Paulo e sua capital, destacam-se como berçário de deep techs no país. “Há outras cidades bem posicionadas, como Florianópolis. Mas São Paulo é claramente o principal polo”, diz Peña. “A cidade tem a oportunidade de ser a ponta de lança no desenvolvimento de deep techs em toda a América Latina.”

É uma vocação atribuída pelo mercado ao peso econômico da cidade e da região, à infraestrutura de produção de conhecimento científico, à capacidade de atrair talentos, ao ecossistema criado em torno das startups digitais nos últimos anos, e ainda ao forte incentivo à inovação promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “O que São Paulo tem que outros estados não têm é a Fapesp”, afirma Lygia, da Gen-t. Para ela, a instituição paulista foi fundamental principalmente nos quatro anos do último governo, quando “houve um arroxo danado de verbas para a ciência”. “No âmbito federal, as coisas flutuam. Aqui, não. A Fapesp tem 1% do ICMS do estado e uma gestão super-rigorosa e competente de aplicação desse dinheiro. É vontade política”, diz.

Hoje, as três universidades brasileiras mais bem posicionadas no World Reputation Ranking, da Times Higher Education, são paulistas. Delas saíram ao menos uma dezena de fundadores de unicórnios como iFood, NuBank, 99, C6 Bank e Gympass. As cinco deep techs mais valiosas do país – Kaiima e Biotimize, de biotecnologia; Voltz, de mobilidade; Speedbird Aero, de tecnologia espacial; e Tractian, de internet das coisas – seguem a mesma lógica. Estima-se que as quatro primeiras tenham valor de mercado entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões.

A capital paulista é também o principal centro financeiro do país, lembra Carlos Américo Pacheco, membro do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Tem muitas fintechs, inovações relacionadas à área financeira”, afirma Pacheco. “O dinheiro, de forma geral, tem origem em São Paulo ou acaba passando por São Paulo”, concorda Lucas Delgado, cofundador e sócio da Emerge, consultoria especializada em deep techs.

Dos cinco principais fundos de investimentos em deep techs com atuação no país, três estão sediados na capital paulista, que tem também incubadoras em universidades e hubs de inovação e geração de negócios, como o Cubo, ligado ao Itaú, o Google Campus e o InovaBra, do Bradesco, entre outros. “Tudo isso cria um ambiente muito rico de possibilidades”, diz Pacheco, da Fiesp.

Onda deep tech

A recente proliferação de startups de base científica no Brasil está relacionada a uma série de fatores – o barateamento de tecnologias de ponta, a descentralização do processo de P&D nas empresas, as mudanças na legislação brasileira e a consolidação do ecossistema de inovação no país. “O mundo gerou, nos últimos anos, uma série de tecnologias habilitadoras que permitiram acelerar esse processo. O preço de pesquisas de DNA, de chips de processamento, ficou tudo ‘mais barato’”, diz Gabriella Sant’Anna, head de startups do Cubo, hub de inovação ligado ao Itaú.

O Hospital Israelita Albert Einstein criou uma diretoria de inovação, em 2014. Desde então, vem ampliando suas frentes de atuação na incorporação e no desenvolvimento de tecnologias de ponta. Em 2015, começou a investir em startups e, em 2017, criou uma incubadora para apoiá-las. Já com algumas deep techs no portfólio, em 2022, deu início ao Programa Einstein de Inovação em Biotecnologia. “Temos empresas que já têm produtos no mercado que, em certa medida, foram desenvolvidos, testados, validados e incorporados aqui”, afirma Camila Hernandes, gerente de inovação da Eretz.bio, o hub de inovação do Einstein.

Lei da inovação

Um obstáculo histórico – a falta de segurança jurídica que afastava a academia da iniciativa privada – passou a mudar com o marco legal da inovação, de 2016, segundo André Fleury, integrante da Agência USP de Inovação. “A Lei de Inovação ajudou a redefinir todos os diferentes papéis dos envolvidos no processo, em relação à questão da propriedade intelectual e ao licenciamento e participação dos professores”, diz.

Impulsionou também a hélice tríplice da inovação, que reúne academia, indústria e governo em iniciativas como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que credencia unidades de pesquisa de ponta no país, para que desenvolvam parcerias em P&D com a indústria, e subsidia parte dos custos. Em 2020, a Embrapii tinha 57 unidades credenciadas pelo país. No final do ano passado eram 96 – uma alta de 68,4%, em três anos –, com 2,5 mil contratos de parceria assinados e investimentos somados de R$ 3,2 bilhões. Quase metade delas ficam no Sudeste. “Temos políticas públicas cada vez mais voltadas à construção de empresas a partir de conhecimento científico, e maior maturidade nas universidades”, diz Renato da Rocha Lopes, diretor associado da Inova Unicamp, a agência de inovação da Unicamp, citando pesquisa interna da universidade, que indica que 40% dos alunos hoje demonstram interesse em montar uma empresa.

Novas promessas

Os casos vistos como promissores no país se concentram nas áreas de biotecnologia, IA e mobilidade avançada. Entre elas, está a Speedbird Aero, primeira empresa brasileira de drones a receber autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar entregas comerciais. Outros exemplos são a Vyro Biotherapeutics, que aplica uma versão modificada do vírus do zika no combate a tumores cerebrais, e a Nintx, biotech especializada em terapias contra doenças multifatoriais. Todas, diferentemente da maior parte de startups digitais brasileiras, já nascem com potencial de alcance global, pelo ineditismo.

Na lista de alvos das terapias desenvolvidas pela Nintx estão doenças como diabetes, câncer, Parkinson e artrite reumatoide. “São necessidades médicas globais, cujas terapias, muitas com eficácia subótima, vendem bilhões de dólares ao ano”, afirma Miller Freitas, CEO e cofundador.

Desafios pela frente

Nas estimativas do BID, os investimentos em deep techs podem se multiplicar por 20 na próxima década na região. Mas, para acompanhar esse ritmo, o Brasil tem ainda um longo caminho, desde aprofundar a cultura de empreendedorismo na academia até construir cases robustos e aumentar fontes de financiamento privado.

Com origem na Argentina e especializado em biotecnologia, o fundo Grid X, por exemplo, chegou ao Brasil no final de 2021 e, desde então, já investiu em quatro empresas. Mas fez isso dentro de um modelo de company building, em que ajuda pesquisadores a construírem novas empresas. “Vemos uma lacuna entre a produção no laboratório e o mercado”, diz Francisco Salvatelli, sócio e gerente-geral da empresa no Brasil.

É uma percepção que casa com a de Delgado, da Emerge. A empresa se posiciona como uma consultoria focada em ajudar grandes empresas com deep techs, mas também criou dois microfundos de venture capital, com R$ 3 milhões. Entre as travas, ele cita a falta de conhecimento dos pesquisadores sobre a possibilidade de transformar pesquisas em negócios, sem se tornarem empreendedores, e a baixa disponibilidade de material sobre como montar uma deep tech. Entre investidores, diz Delgado, o erro mais comum é medir deep techs com a mesma régua das startups digitais. “O due diligence é de outra natureza”, concorda Gabriel Perez, sócio-gestor do Pitanga, um dos raros fundos brasileiros dedicados apenas a deep techs. “É preciso entender da tecnologia e de mercados superespecíficos, alguns super-regulados.”

Corporate venture

Por isso, um dos caminhos mais promissores para as deep techs no Brasil tem sido parcerias com grandes empresas – outra seara em que o Sudeste se destaca. “Para startups de base científica, a saída via mercado de capitais não funciona muito bem. É mais comum via corporate venture”, diz Pacheco, da Fiesp. “Muitas médias e grandes empresas têm cada vez mais interesse em comprá-las, ou investir nelas, como forma de se renovarem.” Pesquisa recente do Global Corporate Venturing Institute mostra que, dos pouco mais de 80 fundos ativos criados por empresas hoje no Brasil, 75% nasceram nos últimos quatro anos.

A Suzano, uma das maiores produtoras mundiais de papel e celulose, é um exemplo. Desde 2022, quando criou seu fundo, o Suzano Ventures, com US$ 70 milhões em capital alocado, a empresa anunciou dois investimentos em deep techs e tem quatro em negociação, diz o gerente Álvaro Rodrigues. “Nosso CVC foi desenhado de olho em compromissos como acelerar tecnologias de descarbonização da economia global, em parte utilizando biomassa de eucalipto da Suzano em novos materiais”, afirma Paula Puzzi, também gerente da Suzano Ventures. “Para isso, um dos caminhos é investir em deep techs.”

Inovação mineira

A potência da Região Sudeste irradia também de outras capitais. Belo Horizonte é hoje o terceiro município brasileiro com maior número de startups, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, e sedia a universidade federal com maior número de pedidos de patente depositados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) na última década, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A cidade tem como uma das áreas de concentração em inovação a mineração, principal atividade econômica de Minas Gerais, com as empresas olhando atentamente para as inovações capazes de gerar eficiência e impacto positivo na atividade que estão sendo desenvolvidas junto ao Mining Hub, diz Carolina Morandini, líder de inovação aberta e ventures para a América Latina, na Accenture. O tema da sustentabilidade deve ganhar ainda mais espaço no ecossistema local com um novo fundo, recém-lançado pela Fundepar, gestora de fundos de investimentos ligada à Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep/UFMG). O foco, de acordo com Carlos de Oliveira Lopes Júnior, diretor-executivo da instituição, são tecnologias voltadas à resolução de problemas relacionados a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, da ONU.

Outra vertente da inovação que chama a atenção na cidade, segundo Carolina, da Accenture, é a indústria 4.0, que tem no FIEMG Lab, hub de inovação aberta para indústrias e startups, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, um dos principais centros de apoio.

No Rio de Janeiro, a Petrobras permanece como ponta de lança no desenvolvimento de tecnologia avançada na indústria brasileira, com mais de 1,2 mil patentes ativas – 142 solicitadas só em 2023. Diversos centros de desenvolvimento de ciência e excelência tornam a região próspera para startups como o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Coppe, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Inovação do Senai. A novidade está num instituto nacional dedicado a fertilizantes, na Ilha do Fundão.

O MAPA DA INOVAÇÃO DO SUDESTE
Os principais polos de desenvolvimento tecnológico da região

1- São Paulo (SP)
A capital abriga 32,5% das startups de tecnologia do Brasil, de longe a maior concentração em uma única localidade. Berço das fintechs, começa a dar impulso para as deep techs.

2- Rio de Janeiro (RJ)
Sede da Petrobras, líder da inovação na indústria brasileira, o Rio de Janeiro tem no Parque Tecnológico da UFRJ, na Coppe, no Instituto de Inovação do Senai e na Fiocruz centros de ciência e excelência.

3- Belo Horizonte (MG)
Belo Horizonte, terceiro município brasileiro com maior número de startups, tem entre seus centros de inovação o Mining Hub, dedicado à mineração, e o FIEMG Lab, ligado à federação das indústrias.

4- Campinas (SP)
Turbinada pelo Sirius, um dos maiores aceleradores de partículas do mundo, Campinas é sede da Unicamp, do CPQD, e de uma série de grandes institutos, como o Instituto Eldorado, da Embrapii.

5- São José dos Campos (SP)
São José dos Campos é a capital nacional da indústria aeroespacial, abrigando a Embraer, o ITA, o Inpe e o DCTA, além de um Parque Tecnológico, pesquisas e universidades.

6- São Carlos (SP)
Dona da maior média de doutores por habitantes, São Carlos conta com o ParqTec e nove campus universitários, como os da UFScar e da USP, que mantém um centro de pesquisas de IA.

7- Viçosa (MG)
A Universidade Federal de Viçosa (UFV), no interior de Minas Gerais, é um dos principais polos de desenvolvimento de inovação ligados ao agronegócio na região.

8- Piracicaba (SP)
Com a retaguarda da Esalq/USP, da EsalqTec e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), Piracicaba se posiciona como um dos principais polos de inovação em agronegócios do país.

PANORAMA DEEP TECH
Principais números do ecossistema brasileiro de inovação de base científica

- 101 Startups que receberam recursos de capital de risco
- 37 Startups avaliadas acima de US$ 10 milhões
- 4 Fundos de investimento baseados no Brasil
- 40 Fundos generalistas investindo em deep techs no Brasil

Indústrias-chave

Setores com maior concentração de deep techs no Brasil

- US$ 1,9 bilhão: Valor de mercado das startups deep tech brasileiras
- US$ 441 milhões: Valor levantado em rodadas de investimento

Potencial latente

Brasil é visto como o país com maiores oportunidades para o desenvolvimento de deep techs na América Latina. Tem:

- 77% dos pesquisadores
- 58% das patentes
- 39% dos investimentos em venture capital
- 30% das startups

Fonte: Estudo Deep Tech - The New Wave, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), lançado em 2023.

Matéria-prima
Sudeste concentra maior volume de verbas, bolsistas e projetos de pesquisa científica do CNPq*

Quem assina o cheque
Conheça os principais fundos investidores em deep techs no Brasil

Bossanova - São Paulo
Fundo Pitanga - São Paulo
Indie Bio - São Francisco (EUA)
Securitas Biosciences - São Paulo
Vesper - Florianópolis

Prestígio acadêmico
Região abriga oito das dez mais prestigiadas universidades do país

1º: Universidade de São Paulo (USP)
2º: Universidade de Campinas (Unicamp)
3º: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
4º: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
5º: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS)
6º: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
7º: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
8º: Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
9º: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
10º: Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Fonte: World Reputation Ranking 2024, da Times Higher Education

>>> Este conteúdo foi publicado originalmente na revista Época NEGÓCIOS de maio de 2024.