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• A Immunogenic criou um teste do pezinho que identifica mais de 50 imunodeficiências.
• O projeto, iniciado em 2009, teve apoio da FAPESP e validação em milhares de amostras.
• O teste já é utilizado pela Apae de São Paulo e busca registro na Anvisa.
• A lei de 2021 exige que, até 2026, testes mais completos sejam oferecidos em todo o Brasil.
• O diagnóstico precoce é crucial para doenças como a imunodeficiência grave combinada (SCID).
A startup paulista Immunogenic desenvolveu um novo teste do pezinho que identifica mais de 50 imunodeficiências, superando o exame atual, que detecta apenas seis doenças. O projeto, apoiado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, teve início em 2009 e envolveu a validação em milhares de amostras. Segundo Antonio Condino-Neto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o objetivo é identificar imunodeficiências raras.
Atualmente, a triagem é realizada com testes importados, mas a Immunogenic desenvolveu uma solução nacional baseada em pesquisas acadêmicas. Condino-Neto explica que a startup é uma extensão do laboratório de imunologia do ICB-USP, oferecendo produtos para o mercado. O teste nacional é calibrado para o DNA brasileiro e é mais abrangente que as opções importadas, que não detectam todas as doenças que o novo teste consegue.
O avanço tecnológico permitiu o surgimento de terapias para doenças raras, o que justifica a ampliação dos testes. Condino-Neto destaca que o diagnóstico precoce é crucial, especialmente para condições como a imunodeficiência grave combinada (SCID), que requer identificação no primeiro mês de vida. O teste também diagnostica a atrofia muscular espinhal (AME) e já é utilizado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo.
A próxima fase do projeto envolve registrar o teste na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e buscar parceiros para sua fabricação. Embora muitos locais no Brasil ainda ofereçam apenas a triagem para seis doenças, uma lei sancionada em 2021 determina que, até 2026, todos os serviços devem disponibilizar a alternativa mais completa.