Inicialmente, a nova máscara da Nanox, que está sendo fabricada pela Elka, é distribuída apenas para médicos — afinal, foi considerada um EPI (equipamento de proteção individual). No entanto, a Nanox e a Elka possuem planos de, se for necessário, expandir o alcance da nova máscara e colocá-la à disposição junto à população, fora dos hospitais.
“É a primeira máscara do mundo reutilizável, lavável, e com filtros de fungos e bactérias”, conta Pagotto. “Com isso, você reduz o potencial de outras comorbidades. É só lavar com um detergente neutro. Depois, é só trocar os filtros descartáveis. Os hospitais passam a ter uma economia enorme, já que as máscaras convencionais precisam ser trocadas sempre”.
A ideia inicial é de produzir 200 mil máscaras, cujo custo unitário é estimado entre R$ 20 e R$ 30. As primeiras unidades estão previstas para serem entregues no início de maio.
“O desenvolvimento foi muito rápido. A gente tava preparado, tínhamos uma experiência no desenvolvimento de produtos. Facilitou para trabalharmos juntos”, conta Gustavo. “Alinhamos a parte técnica, produção, molde, a parte de site da Elka, já preparamos um e-commerce. Trabalhamos em várias frentes, sempre em conjunto e com inovação”.
Parceria
Fundada em 2006, a Nanox é resultado direto do incentivo à pesquisa nas universidades. Além da formação de Luiz na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o polímero usado pela Nanox foi desenvolvido em laboratórios da universidade. “Desenvolvemos plataformas de tecnologia bactericida à base de prata em várias aplicações”, conta Gustavo.
Dentre outros clientes, a empresa já fornece material para vários tipos de produtos. Como, por exemplo, cabos de facas para a Tramontina ou até para placas de madeira.
Além disso, a Nanox já recebeu apoio de projetos como Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e venceu o prêmio Finep de Inovação Tecnológica em 2007. Ao ser questionado sobre a importância de incentivos do tipo, Simões é direto: são essenciais para a Nanox e, sem eles, seria difícil desenvolver a nova máscara.
“A importância desses programas é enorme, é fundamental. A Fapesp corre o risco tecnológico pelas empresas. Quando você consegue colocar um produto no mercado, tem uma inovação aberta”, conta Pagotto. “Só assim, com colaboração e inovação, atendemos as necessidades no tempo necessário. Fazer investimento traz retornos tecnológicos”.