A SpiN-TEC, primeira vacina 100% brasileira, foi novamente reconhecida. O desenvolvimento do imunizante contra a Covid-19, da UFMG, foi selecionado para a etapa final do Prêmio Euro, iniciativa que reconhece grandes inovações na área médica de 17 países da América Latina.
Entre mais de 700 iniciativas, a SpiN-TEC já havia sido selecionada por um comitê avaliador formado por 30 especialistas de nacionalidades diversas. Agora, foi eleita uma das três vencedoras da categoria “Inovações em Terapia” e disputa o grande prêmio entre os 12 principais trabalhos.
Nesta etapa derradeira, a votação para decidir o grande vencedor é feita pela internet, a exemplo da fase anterior. Se você é médica ou médico, basta acessar o site premioeuro.com e votar no ID 231 – “SpiN-TEC: plataforma de desenvolvimento de uma vacina para Covid-19 desde a concepção”.
Se você não é médico, também pode ajudar bastante compartilhando essas informações para que cheguem a um profissional da saúde com CRM.
A iniciativa é representada por Helton da Costa Santiago, diretor clínico do CTVacinas e coordenador dos testes clínicos da vacina em desenvolvimento.
“Nossa presença na fase final da premiação é muito importante porque significa o reconhecimento de uma grande equipe de trabalho multiprofissional e transdisciplinar”, afirma Santiago, também professor da UFMG.
Importância
Além do reconhecimento de um trabalho iniciado em 2020, que mobilizou dezenas de pesquisadores e cientistas e representa um marco na ciência brasileira, a grande premiação impulsionaria o desenvolvimento de outras vacinas inéditas.
Entre as quais: imunizantes contra Doença de Chagas, malária, dengue e leishmaniose humana.
O Prêmio Euro vai distribuir 500 mil euros para a iniciativa vencedora, verba que seria direcionada para esses desenvolvimentos.
Prêmio Euro
O Prêmio Euro Inovação na Saúde reconhece grandes inovações da área médica e incentiva o desenvolvimento de soluções que transformam vidas. Desde setembro do ano passado, a iniciativa recebe inscrições de todos os países participantes. São eles:
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Uruguai
Paraguai
Peru
Equador
México
Colômbia
Guatemala
El Salvador
Nicarágua
Panamá
Costa Rica
Honduras
República Dominicana
Foram aceitas iniciativas que tenham contribuído ou venham a contribuir, direta ou indiretamente, para uma melhor qualidade de vida e bem-estar das pessoas, que tenham resultados comprováveis e cujo planejamento, desenvolvimento, criação, execução ou pesquisa tenham sido realizados no território de um dos 17 países da América Latina em que atua a Eurofarma (multinacional farmacêutica responsável pela premiação).
Os trabalhos foram organizados em quatro categorias:
inovação tecnológica aplicada à saúde
inovação em terapias
inovação em processos relacionados à saúde
inovação social e sustentabilidade em saúde
Entre todas as iniciativas inscritas, o trabalho do CTVacinas já passou por três etapas, incluindo uma avaliação do comitê técnico formado por 30 especialistas, que analisou os seguintes critérios: inovação; relevância e impacto; consistência científica e metodológica; abrangência e potencial de escala; e contribuição do recurso do prêmio para a iniciativa.
Votação online
O comitê técnico, então, selecionou 60 iniciativas, divididas nas quatro categorias. A votação passou a ser realizada pela internet, por médicas e médicos com registro do conselho: após se cadastrar no site (https://premioeuro.com/), cada profissionais poderia votar em até três trabalhos de cada uma das categorias, o que totalizava até 12 votos.
A SpiN-TEC foi uma das três vencedoras da categoria Inovação em Terapias. E agora, para definir o grande vencedor, a votação será novamente realizada por médicas e médicos.
Portanto, se você é esse tipo de profissional e tem registro ativo em qualquer um dos países citados, pode votar! No caso do Brasil, o registro deve ser nos conselhos de medicina.
Para votar no CTVacinas, basta se registrar no site do prêmio (https://premioeuro.com/) e selecionar o trabalho “SpiN-Tec: plataforma de desenvolvimento de uma vacina inovadora para Covid-19 desde a concepção”, na categoria “Inovação em Terapias”. O número de identificação (ID) é 231 e o responsável pela inscrição é Helton da Costa Santiago, coordenador da fase clínica da SpiN-TEC e professor da UFMG.
Uma dica é entrar no site (clique AQUI) e colocar na barra de busca “SpiN-TEC”.
A votação para essa derradeira fase está aberta até o dia 3 de setembro.
Contribuição para a ciência brasileira
A equipe do CTVacinas vibra com o reconhecimento e com a possibilidade de impulsionar novos desenvolvimentos inéditos de vacina com a verba distribuída para a iniciativa vencedora. “Pretendemos investir a maior parte dos recursos em outras vacinas ainda órfãs de financiamento robusto, como Doença de Chagas, dengue, entre outras. Temos em mente ajudar a começar a transição para os testes clínicos”, afirma Helton Santiago.
“Doença de Chagas ainda é uma causa muito importante de insuficiência e arritmias cardíacas no nosso país e zika ainda causa sérios problemas de microcefalia na América Latina”, reforça.
Portanto, o CTVacinas reforça o pedido para fazermos uma corrente por todo o país em prol da ciência brasileira. Se for médica ou médico, vote no trabalho “SpiN-Tec: plataforma de desenvolvimento de uma vacina inovadora para Covid-19 desde a concepção”.
“Se você é médico com registro válido, ajude-nos a reconhecer as pessoas que não têm medido esforços para mudar as perspectivas da ciência brasileira”, reforça o coordenador do CTVacinas, Ricardo Gazzinelli.
Se não for, ajudará muito ao compartilhar esta reportagem – de preferência, para alguma médica ou médico!
SpiN-TEC
O desenvolvimento da SpiN-TEC, a primeira vacina 100% brasileira, estabeleceu uma nova era na ciência nacional. “Esse é o maior legado que a SpiN-TEC vai deixar para a população brasileira. Brasil possui excelentes pesquisadores básicos e clínicos, mas faltava uma ponte que unisse os dois – esse era um grande gargalo na inovação médica no país e o CTVacinas está conseguindo criar essa ponte e isso vai acelerar o desenvolvimento de novas vacinas de interesse para o Brasil”, afirma Helton Santiago.
Para chegar à última fase do desenvolvimento de uma vacina – a dos testes clínicos -, a SpiN-TEC contou com um grande trabalho de uma equipe transdisciplinar, que concebeu uma vacina desde o seu conceito molecular e conceito imunológico.
“E buscou nessa concepção uma estratégia pouco visada pela indústria farmacêutica, que é induzir imunidade celular, que tem a vantagem de ajudar em todas as variantes”, diz o coordenador dos testes clínicos.
“Uma iniciativa inédita no Brasil em que todas essas etapas foram cobertas por uma equipe 100% brasileira e que está ajudando o Brasil a criar uma plataforma que será aplicada a outras vacinas importantes para o país”, reforça Helton Santiago.