Nesta quinta-feira(20), em São Carlos (SP), pesquisadores, profissionais e estudantes discutiram o uso da água na agropecuária no Brasil, Alemanha e Chile. O III Simpósio em Produção Animal e Recursos Hídricos (Sparh) é realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste, e vai até amanhã (21).
Participaram da abertura do evento o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Rui Machado, o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Mattoso, o secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos, José Tundisi, e o coordenador do SPARH, Julio Palhares (foto).
O objetivo do simpósio é debater a gestão da água na cadeia de produção, buscando uma atividade agropecuária rentável e mais equilibrada ambientalmente.
No primeiro dia, os participantes conheceram a realidade do manejo hídrico brasileiro, alemão e chileno. De acordo com o pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste, no Brasil ainda não se tem uma cultura internalizada da importância do manejo hídrico na produção animal. Os produtores não monitoram o consumo de água nas propriedades, o que possibilitaria uma gestão mais eficiente.
A palestrante Katrin Drasting, do Leibiniz-Institute for Agricultural Engineering na Alemanha, também enfatizou a importância de se quantificar a água consumida. Segundo ela, é o primeiro passo para melhorar o manejo hídrico e a eficiência na agricultura e pecuária. Katrin afirmou que na Alemanha os produtores usam hidrômetros para medir o consumo geral na propriedade, mas não fazem um monitoramento detalhado. De acordo com ela, a quantificação detalhada do consumo ainda está em uma fase inicial no país.
Para Francisco Salazar, do Instituto de Investigaciones Agropecuarias, o mais difícil é a conscientização. Segundo ele, na produção leiteira no Chile consome-se muita água. Um dos processos em que mais se desperdiça esse recurso é na limpeza das instalações, da ordenha. Salazar salientou que boas práticas, como o reuso da água, o armazenamento de efluentes, poderiam reduzir esse consumo e evitar desperdícios.
Durante a tarde, foram discutidos os temas qualidade da água e doenças que podem ser veiculadas aos animais expostos a recursos hídricos de má qualidade.
Nesta sexta-feira (21), o simpósio continua com painéis sobre tratamento de resíduos animais e custo da água na produção animal.
O evento conta com o apoio da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (Fmvz/USP); da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera); da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação ligada ao Ministério da Educação (MEC); e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste