O projeto Genoma Funcional do Boi foi lançado ontem, em São Paulo, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com a Central Bela Vista Genética Bovina, com a presença do governador Geraldo Alckmin. Identificar genes para desenvolver produtos e tecnologias que visam melhorar a qualidade da carne bovina, a eficiência reprodutiva e a resistência a parasitas e doenças são alguns dos objetivos do projeto. Centrado na raça Nelore, que responde por 80% das 183 milhões de cabeças da pecuária brasileira, o Genoma do Boi terá investimentos de um milhão de dólares. Em 18 meses, a meta é identificar e seqüenciar cerca de 30 mil genes expressos, que codificam proteínas do metabolismo e as características genéticas do animal.
As pesquisas vão ocorrer em duas etapas, segundo o coordenador do projeto, o engenheiro-agrônomo Luiz Lehmann Coutinho, da Escola Superior de Agricultura de São Paulo. Na primeira, que durará de seis a sete meses, faremos o seqüenciamento para formação de bibliotecas de clones dos genes de interesse, explicou. Na segunda etapa, haverá identificação de funções específicas e de Interesse econômico. Vamos buscar genes que permitem criar tecnologias para gerar pedidos de patentes, disse o proprietário da Central Bela Vista Genética Bovina. Jovelino Mineiro. São os que podem melhorar a performance da pecuária brasileira, acrescentou. O mapeamento genético não terá impacto apenas sobre a raça Nelore, mas às raças européias trazidas ao Brasil, que não têm a mesma rusticidade.
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Correio do Povo (Porto Alegre, RS)