O convênio de cooperação em ciência e tecnologia acenado em julho do ano passado entre o governador de São Paulo. Geraldo Alckmin, e cearense. Lúcio Alcântara, ambos do PSDB. começa a sair do papel. Na segunda-feira, foram assinados dois aditivos para integração dos grupos de pesquisa dos estados para estudo e projetos, capacitação técnica e treinamento de pessoal.
O secretário da Ciência e Tecnologia do Ceara (Secitece). Hélio Guedes de Campos Barros, diz que os projetos envolvem áreas de investigação localizadas no estado - meio ambiente, biotecnologia e nanotecnologia que concentram competência dos pesquisadores locais. "A parceria entre a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) sinaliza para desconcentração do financiamento para a pesquisa", observa o titular da Secitece, para quem o intercâmbio acena com a possibilidade de novos recursos, além dos federais e estaduais.
Praga do cajueiro
O projeto na área de biotecnologia, envolve o "Mapeamento Protogenômico em Antracnose". para estudo da principal doença do cajueiro, produto da pauta de exportação cearenses, desenvolvido em parceria entre entidades da Rede Proteoma do Ceará e as Universidades de São Paulo (USP) e de Campinas (Unicamp). O de meio ambiente, caracterizado como "Estudo e Modelagem dos Impactos das Ações Antrópicas em Ambientes Urbanos e Rurais", será desenvolvido entre a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos e a USP. Já o projeto de nanotecnologia "Caracterização de Novos Dispositivos Nanoestruturados", envolverá pesquisadores da Universidade Federal do Ceará e da USP.
A parceria entre os governos define ainda um aditivo específico para ação do Centro de Educação Tecnológica Paula Souza, ligado à secretaria de São Paulo, para implementação de um programa de capacitação técnica e treinamento de pessoal na área de materiais para a indústria de plásticos local, junto ao Instituto Centec em Juazeiro do Norte, a 542 quilômetros de Fortaleza. O acordo vai permitir ao instituto a formatação de um curso especifico, visando a formação de técnicos. "A iniciativa vai contribuir para a montagem de um laboratório para formação de pessoal e prestação de serviços às empresas locais", adianta o secretário Barros.
Nos próximos 30 dias, uma missão formada por representantes da presidência Fapesp. USP. Unicamp, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Centro de Educação Tecnológica Paula Souza vai desembarcar no Ceará para definir, com as entidades do estado, as bases operacionais de execução dos projetos.
Investimentos crescem
A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). que em 18 de março completou 10 anos de atuação, trabalha com orçamento aprovado de RS 30 milhões neste ano. Em 2003, investiu R$ 27,43 milhões na pesquisa e tecnologia no Ceará. O valor corresponde a cerca de 2% da receita tributária do estado, garantido conforme a constituição estadual. Do total investido, R$ 24,9 milhões são recursos do Tesouro estadual, informa o presidente da Funcap, Jader Onofre de Morais. O aporte de recursos injetados na ciência e tecnologia no Ceará, em 2002, pela agência estadual de fomento, somou RS 21.31 milhões.
No ano passado foram R$ 4,9 milhões, recursos destinados a bolsas de formação acadêmica. O montante representou mais do que dobro das aplicações das agências de fomento federais — o Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério da Educação.
Notícia
Gazeta Mercantil