Com investimentos de R$ 32 milhões, unidade ficará no Instituto de Pesquisas Tecnológicas
O Governo de São Paulo anunciou nesta semana a criação de um centro de pesquisa avançado voltado para promover energias limpas. Denominado de Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD – ERCF), o espaço tem como principal missão promover a produção e uso de hidrogênio verde, de baixo carbono, visando o potencial de descarbonização e redução de emissões de gases de efeito estufa.
O centro de pesquisa ficará localizado nas instalações do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
O Governo Estadual aportou R$ 32 milhões na criação do projeto, sendo R$ 9 milhões que foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); R$ 11 milhões do IPT e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil); mais R$ 12 milhões de recursos financeiros da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo o estado, a verba será usada para infraestrutura, equipamentos, pesquisa e treinamentos.
O projeto avaliará diferentes aspectos da produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação do hidrogênio verde. O produto é apontado como uma das soluções para a descarbonização, com aplicações que vão desde a geração de eletricidade até o uso em processos industriais e também no transporte.
“O IPT tem a responsabilidade de buscar alternativas que contribuam de forma significativa para a descarbonização global. Esse centro é um grande passo nessa direção”, comentou Anderson Correia, diretor-presidente do IPT.
O investimento faz parte de uma estratégia do Governo de São Paulo em apoiar iniciativas que promovam o uso de energias renováveis. A produção e uso de hidrogênio verde se configura como essencial para atender às metas de sustentabilidade do estado.
Além do hidrogênio, o biometano será uma aposta importante no processo. Identificado em um estudo desenvolvido pelo Governo de São Paulo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o levantamento detectou um grande potencial para a cadeia do biometano no estado.
Com a adoção de incentivos, investimentos e políticas de fomento, o setor pode contribuir para a redução dos gases de efeito estufa e gerar mais de 20 mil empregos com o aumento da produção desse combustível renovável.
“Estamos em um momento crucial para investir na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias buscando inovações que no futuro farão parte da estratégia de mitigação das nações rumo à neutralidade de carbono. Com este projeto, estamos construindo as bases para um futuro mais limpo, seguro e sustentável”, afirmou Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Semil.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apresentou procedimentos específicos de licenciamento ambiental das plantas de produção de biocombustíveis no estado de São Paulo a partir da cana-de-açúcar e de resíduos sólidos.
“Estamos padronizando e agilizando os processos de obtenção de licenças para produção de energia limpa, contribuindo para as metas de descarbonização do estado”, explica Thomaz Toledo, diretor-presidente da Cetesb.
Exemplos
Neste ano, São Paulo inaugurou algumas iniciativas voltadas para o tema da descarbonização. Em novembro, foi inaugurada uma usina de biometano no município de Caieiras. A planta tem capacidade instalada para produção de aproximadamente 70 mil m³/dia do biocombustível.
A unidade evitará a emissão de cerca de 300 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, contribuindo para a transição energética e descarbonização das indústrias da região.
Já no mês de outubro, a Toyota lançou a pedra fundamental da sua segunda fábrica em Sorocaba (SP), que permitirá à montadora introduzir novos modelos híbridos flex. O início das operações está previsto para 2026.