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Software promete identificar situações de roubo, furto e sequestro, a partir do modo de condução (1 notícias)

Publicado em 17 de outubro de 2017

Um projeto que está sendo desenvolvido pela startup paulistana, Cobli, criadora de um sistema que aplica inteligência artificial para a gestão de frotas, promete identificar o motorista que está conduzindo um veículo, apenas através da análise dos hábitos de direção dele (Driving Behaviour). Esse seria o único sistema de gestão de frotas no mundo a possuir esse tipo de recurso.

O objetivo do Fingerprinting (Impressão Digital), como é chamado o serviço, é fazer com que empresas de pequeno, médio e grande porte, que tem a necessidade de gerir a sua frota de veículos e motoristas, consigam identificar quem está dirigindo, prevenindo casos de fraude (em que um motorista se passa por outro), identificando situações de roubo e furto de veículo, e até sequestros, utilizando apenas um dispositivo que coleta dados de telemetria.

Para isso, o projeto foi dividido em duas partes que estão sendo realizadas em paralelo: a primeira, trata-se do desenvolvimento de um rastreador solar. A startup já está desenvolvendo um hardware que vai capturar dados de telemetria dos veículos em tempo real, como: geo-posicionamento, velocidade e aceleração.

Em paralelo, a Cobli também está desenvolvendo o software de inteligência artificial que conseguirá identificar e avaliar o condutor por meio de técnicas avançadas de Machine Learning (Aprendizado de Máquina), subárea de Inteligência Artificial.

Segundo a empresa, a análise de detalhes sutis como a frequência de toques nos breques, retomadas de aceleração, angulação de curvas, modo como muda de faixa e velocidade média, é o que vai permitir identificar, com alta precisão e em tempo real, que o modo de condução do possível infrator é potencialmente diferente do motorista que deveria estar dirigindo o carro.

O objetivo é aprimorar a precisão de identificação do motorista, para então, habilitar a identificação de múltiplos motoristas, melhorando a aplicação comercial do sistema para seguradoras e gestores de frotas. A meta do projeto é atingir um percentual de acerto maior que 98%.

Mercado e concorrentes

Atualmente, outros sistemas solucionam o problema de identificação do motorista por meio da instalação de um dispositivo no veículo que lê cartão magnético. Assim, cada motorista tem o seu cartão magnético para fazer a identificação. Neste caso, esse tipo de tecnologia não é 100% confiável, pois permite que os motoristas emprestem o seu cartão magnético (individual) para terceiros.

“Não existe nenhum sistema que resolve o problema de identificação do motorista através da análise do perfil de condução. A nossa plataforma é o único sistema de gestão de frotas no mundo a possuir esse tipo de recurso, caracterizando altíssimo grau de inovação da proposta”, afirma Lucas Brunialti, pesquisador responsável pelo projeto.

A empresa também pretende alterar o modelo e adaptá-lo para problemas similares, como: a detecção do uso de entorpecentes, celular ao volante e a detecção de direção sob sonolência.

O projeto começou a ser desenvolvido em março deste ano e está recebendo incentivo à pesquisa no valor de mais de R$ 1 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A equipe tem dois anos para finalizar o projeto.

O estudo está sendo realizado pelos pesquisadores da Cobli, Lucas Brunialti, Gustavo Vilela Momenté, Diogo Eiji Suguimoto, Nathalia Alves Cordeiro Barbosa, Rodrigo Gouvea Mourad, Charles Parker Liu Treacy, em conjunto com os professores Sarajane Marques Peres e Clodoaldo Aparecido de Moraes Lima e, da Universidade de São Paulo (USP) e Francisco Nogueira Calmon Sobral, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).