NOVA IORQUE, EUA - O serviço de Internet American Online - o segundo maior dos Estados Unidos, com cerca de três milhões de assinantes - anunciou esta semana que está desenvolvendo um sistema inédito que permitirá aos pais bloquearem o acesso dos filhos a material erótico e violento distribuído via Internet. A empresa Surfwatch Software Inc, está trabalhando no sistema, que deverá estar pronto para funcionar em setembro.
De acordo com diretores da Surfwatch, o novo sistema bloqueará o acesso a todas as atrações da rede, exceto as chamadas Kids only (Somente para crianças), um grupo de serviços e jogos com fins educativos que será escolhido pela própria America Online. "Nossa empresa quer dar aos pais a tranqüilidade de saber que seus filhos não estão recebendo material pernicioso e violento através da rede", disse á agência Reuters o presidente da America Online. Ted Leonsis.
Reclamações - A decisão da empresa veio em resposta à crescente onda de reclamações sobre o conteúdo violento da Internet. Pais e educadores vêm se dizendo preocupados com a falta de controle sobre o material distribuído na rede. Há poucos dias, um homem foi preso depois de enviar pela rede fotos em que aparecia nu e imagens de crianças sendo molestada sexualmente para uma agente do FBI que se fazia passar por uma adolescente.
A Câmara dos Deputados está preparando uma lei que impõe severas punições a pessoas ou empresas que desenvolvam material sexualmente explícito para ser veiculado na Internet. O Senado aprovou no mês passado uma série de restrições ao que deve ser permitido na rede.
Atualmente, alguns serviços de Internet permitem aos pais bloquearem apenas o uso dos chai groups, grupos de discussão sobre os mais variados assuntos. A Surfwatch avisa que, além de criar o Kids only, está desenvolvendo técnicas para o bloqueio individual de qualquer serviço que os pais julguem inadequado a seus filhos. O material não será retirado do cardápio de atrações da rede, mas apenas bloqueado individualmente nos computadores no qual o software for instalado.
Controvérsia - A censura na Internet está se tornando um assunto bastante polêmico nos Estados Unidos. De um lado, grupos de defesa dos direitos civis reclamam da possibilidade de controle governamental e do que eles vêem como uma violação da liberdade de expressão. Do outro, associações de pais e grupos conservadores exigem um maior controle sobre o material distribuído. Com o crescente aumento do número de usuários dos serviços de Internet, a discussão só tende a esquentar. Nos últimos três meses, 1,2 milhão de americanos (14.000 pessoas por dia) se tornaram assinantes de algum serviço, elevando o número de computadores ligados à rede no país para cerca de 8,6 milhões - um aumento de nada menos que 64% em relação a julho do ano passado. Desse total, 94% assinaram um dos seis grandes serviços de Internet disponíveis nos Estados Unidos: Compuserve (3,2 milhões de assinantes). America Online (3 milhões), Prodigy (1,6 milhões). Delphi (140.000), World (90.000) e GEnie (75.000).
Notícia
Jornal do Brasil