MANAUS – Em dezembro de 2024, o Brasil tinha 353.287 médicos especialistas – 59,1% do total de médicos registrados. Apenas 5,9% dos especialistas atuam na Região Norte. As capitais Manaus (AM), Boa Vista (RR), Aracaju (SE) e Macapá (AP) concentram 90% dos médicos especialistas dos respectivos estados. O Amazonas tem 3.472 especialistas registrados, sendo 3.316 em Manaus.
Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, em parceria com a FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e a AMB (Associação Médica Brasileira).
A Região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%) e Centro-Oeste (7,5%).
Dos 353.287 especialistas, 244.141 (40,9%) são médicos generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialização. Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete delas concentram 50,6% do total de especialistas: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia e Ortopedia e Traumatologia.
O estudo também mostra que 63,7% dos títulos em especialidades foram obtidos por meio da residência médica, enquanto 36,3% foram concedidos por exames de titulação pelas sociedades médicas vinculadas à AMB (Associação Médica Brasileira). Entre os médicos especialistas, a maioria (79,1%) possui um título, enquanto 20,9% acumulam dois ou mais títulos em diferentes especialidades.
“O objetivo da Demografia Médica é fornecer uma base empírica compartilhada para o debate sobre os diversos desafios enfrentados pela medicina e pelo sistema de saúde. Queremos produzir e divulgar evidências que possam apoiar a formulação e execução de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do SUS”, diz Mário Scheffer, coordenador do estudo e professor do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Sobre o estudo
A pesquisa Demografia Médica no Brasil é realizada há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. A edição de 2025 é a primeira em parceria com o Ministério da Saúde. A pesquisa reúne dados nacionais e internacionais sobre formação, distribuição e atuação de médicos, com projeções para os próximos anos. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.
A DMB 2025 reúne 10 estudos de 22 pesquisadores. O trabalho ocorre em colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), a AMB (Associação Médica Brasileira), o MEC (Ministério da Educação) e a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).