Esse achado revela vestígios da pré-história paulistana e oferece insights valiosos sobre as sociedades que habitaram a região há milhares de anos.
O sítio arqueológico no Morumbi foi descoberto acidentalmente na década de 1960, durante a abertura de loteamentos pelo engenheiro Caspar Hans Luchsinger. Apesar de não ter motivado imediatamente novas pesquisas na época, essa descoberta pioneira abriu caminho para a preservação arqueológica na região.
Pesquisas conduzidas pela equipe da Zanettini Arqueologia, em colaboração com o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), revelaram que o terreno foi inicialmente ocupado por grupos de caçadores-coletores. A presença abundante de ferramentas de pedra lascada sugere uma ocupação contínua ao longo dos séculos, com a possível presença de aldeias de agricultores e ceramistas do grupo Itararé-Taquara cerca de 800 anos atrás.
Infelizmente, a ocupação imobiliária avançou na região, e o proprietário iniciou a construção de sua residência, realizando uma extensa escavação no local. Essa ação resultou em danos significativos ao sítio arqueológico, especialmente em áreas menos exploradas. No entanto, estudos mais recentes confirmaram a importância histórica do local, levando à formalização de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O sítio arqueológico do Morumbi destaca-se como uma peça fundamental para compreendermos a pré-história de São Paulo. Com mais de 300 mil peças em seu acervo, o local oferece uma visão única das práticas sociais, econômicas e culturais dos povos antigos que habitaram a região. Além disso, contribui para a preservação da memória pré-colonial brasileira e enriquece nosso entendimento da história do país.
A descoberta do sítio arqueológico no Morumbi, com seus 3800 anos de história, é uma janela fascinante para o passado pré-colonial de São Paulo. Cada artefato encontrado é um elo com nossos antepassados e uma oportunidade de aprender mais sobre as raízes e a diversidade cultural do Brasil. Diante desse achado extraordinário, é crucial proteger e valorizar nosso patrimônio arqueológico, garantindo que as histórias silenciadas do passado continuem a ser contadas e apreciadas pelas futuras gerações.