São Paulo (Agência Fapesp) - O Brasil é um dos campeões mundiais em reciclagem de latas de alumínio com um índice na faixa dos 90% de reaproveitamento. Com as lâmpadas fluorescentes ocorre o contrário. Dos cerca de 100 milhões de lâmpadas produzidos anualmente no país, apenas 6% são reciclados ou descartados em locais apropriados. Na Holanda, o índice de reciclagem chega a 83% e na Alemanha, a 50%. A quase totalidade das lâmpadas velhas do Brasil é depositada de forma inadequada em lixões e aterros sanitários. Para tentar reverter essa situação, que provoca sérios danos ao ambiente em razão da contaminação pelo mercúrio presente nas lâmpadas, a Tramppo Recicla desenvolveu uma tecnologia que faz a descontaminação e a reciclagem dos componentes da lâmpada, possibilitando a volta das matérias-primas para as indústrias. Em julho do ano passado, a empresa, criada em 2003 no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), sediado no prédio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) na Cidade Universitária da USP, conseguiu sua licença de operação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). No final de março, estava para concluir uma ampliação de suas instalações em São Paulo, para iniciar o processamento de 90 mil unidades por mês.
O sistema de descontaminação e reciclagem de lâmpadas da Tramppo obedece aos princípios de sustentabilidade e de produção mais limpa. O equipamento, totalmente projetado e desenvolvido na empresa, separa os componentes da lâmpada — vidro, mercúrio, pó fosfórico e terminais de alumínio — e os torna disponíveis como matéria-prima para reutilização em vários tipos de indústria. A reciclagem ocorre de forma completa sem a necessidade de descartes em aterros, reduzindo o volume de lixo gerado e evitando a contaminação do meio ambiente.