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Sistema produtivo de menor impacto é desenvolvido (4 notícias)

Publicado em 22 de julho de 2019

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As exigências dos consumidores estão mudando, hoje a demanda para o mercado produtivo vai além da qualidade e sanidade dos produtos, passa também pelo crivo sustentável. Visando atender essa exigência, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ) e mais quatro instituições de pesquisas — USP, Embrapa, IBGE, Universidade da California-Davis —, implantaram o projeto Práticas estratégicas para mitigação das emissões de gases de efeito estufa em sistemas de pastagem do sudeste brasileiro.

O projeto, que recebeu o investimento de R$ 1,8 milhões pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tem como principal objetivo caracterizar e identificar os sistemas de produção de produtos de origem animal que tenham menor impacto ambiental. Idealizando a promoção do uso mais eficiente da terra para diminuir a pressão sobre áreas com florestas, agregar valor ao produto, melhorar a renda do produtor, colaborando ainda com a diminuição dos custos com adubação e fertilização nitrogenada.

Uma das estratégias utilizadas pelos pesquisadores é a Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que têm apresentado melhorias das condições do bem-estar animal. O resultado disso é o maior desempenho produtivo e a diminuição de gastos com medicamentos.

O professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e doutor em nutrição animal, Paulo Henrique Mazza Rogrigues, relata que "participam do projeto cerca de 30 cientistas das instituições públicas do governo do Estado de São Paulo, Governo Federal e Universidade internacional". As cinco instituições se uniram para desenvolver estudos na área de desenvolvimento da pecuária sustentável.

De acordo com o especialista, a expectativa é identificar sistemas que resultem em menor impacto, trabalhando com consórcio entre forrageiras, integração da pecuária com a lavoura, sistemas silvipastoris e sistemas intensificados de produção. "Muitos estão trabalhando para diminuir o impacto ambiental e na pecuária isso não é diferente. Temos que estar sempre buscando novos caminhos para atender esses anseios, minimizando ao máximo os impactos no resultado final do produto", afirma Rodrigues.

Um ponto crucial para o desenvolvimento destas estratégias é a participação de órgãos governamentais a partir do fomento à pesquisa. A Fapesp, por exemplo, tem feito chamadas públicas de financiamentos para pesquisa em áreas temáticas. A tendência é que os projetos sejam feitos por grupos multidisciplinares, onde vários especialistas atuam em conjunto para encontrar soluções que são de interesse da sociedade.

Para a diretora do Centro de Pesquisa de Nutrição Animal e Pastagens, pesquisadora do IZ, Luciana Gerdes, tão importante quanto a geração do conhecimento está a interação entre instituições de pesquisa do estado de SP e de outras regiões do País, com a otimização da rede de infraestrutura, como laboratórios de análises e campos experimentais. "Estamos com quatro experimentos em desenvolvimento onde atuam especialistas de diferentes localidades – Nova Odessa, Pirassununga, São Carlos, Jaguariúna, Piraciacaba e Estados Unidos", comenta.