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Sistema inovador de criação de tilápias coordenado pela APTA está em fase final

Publicado em 19 junho 2018

Em fase final de testes, o estudo desenvolvido pela empresa Fisher Piscicultura, que funciona como um protótipo do tanque redondo de alumínio flutuante em garrafas pet, é um sistema inovador para a criação de tilápias. O projeto é coordenado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/SP) com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A escolha da criação também foi importante. Dados da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR) apontam que a tilápia é o peixe mais criado no Brasil. “Trabalhos como esse são fundamentais para avançarmos na produção brasileira de alimentos. Estreitar ligação entre as instituições públicas de ciência e tecnologia e as empresas é uma peça fundamental para isso e bastante incentivada pelo governador Márcio França”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Jardim.

Os responsáveis pelo trabalho contam que o tanque tem um silo em seu centro com capacidade para armazenar 1.200 quilos de ração, que é liberada em dosagem adequada 48 vezes por dia. A dispensa do produto é medida com uma caneca e jogada aos viveiros de três a quatro vezes por dia.

Espécie é a quarta maior criação de pescado do mundo, segundo a PeixeBR (Foto: reprodução)

“O novo sistema traz mais agilidade e eficiência na alimentação das tilápias e redução dos custos de produção. É um produto destinado aos grandes empreendimentos localizados, principalmente, em barragens de hidrelétricas”, afirma a pesquisadora da APTA que integra o projeto, Célia Maria Doria Frasca Scorvo.

A mortalidade dos animais durante o processo também foi reduzida. A taxa habitual é superior aos 20% nas pisciculturas comerciais, enquanto no produto da Fisher chega a 8%. Esse número está associado ao sistema de classificação do tamanho das tilápias. Segundo os desenvolvedores, em um sistema tradicional, ao atingir determinado tamanho, o peixe é retirado do tanque e colocado em outro – o que causa o índice alto das mortandades.

A manutenção também é outra facilidade apontada, já que os tanques da empresa emergem e ficam fora da água por meio da injeção de ar em tambores na parte inferior da estrutura de alumínio. No processo habitual é necessário o uso de balsas com guinchos para elevar os tanques ou contratar mergulhadores para fazer esse serviço.

“Este é o segundo PIPE-Fapesp que a APTA coordena para a Fisher. Desde 2014, realizamos testes para a empresa para mostrar quais pontos precisam ser melhorados. A ideia é melhorar o projeto do tanque antes de disponibilizá-lo ao setor produtivo, com um plano de negócios. Acreditamos que o produto será muito bem aceito, por trazer grandes melhorias para as pisciculturas brasileiras”, explica Scorvo.

Fonte: APTA, adaptado pela equipe feed&food.