Tecnologia foi desenvolvida com apoio da Fapesp, que corre risco de perder verbas com projeto de lei do governo João Doria
Uma nova tecnologia permite capturar amostras do novo coronavírus no ar. Com isso, será possível monitorar a segurança de ambientes com grande concentração de pessoas.
A pesquisa foi desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A entidade corre risco de perder verbas devido a um projeto de lei do governo João Doria (PSDB). A proposta está sendo avaliada na Assembleia Legislativa.
O estudo foi desenvolvido por meio de uma colaboração entre a startup Omni-electronica e o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). A empresa já tinha desenvolvido o sistema SPIRI, que integra diferentes sensores para monitorar a qualidade do ar em ambientes fechados.
Um aparelho instalado no local monitorado com vários sensores integrados envia as informações para a central. Os técnicos, então, podem instruir sobre a melhor forma de aumentar a circulação do ar quando ela não está adequada.
Durante dois meses, os pesquisadores coletaram diferentes amostragens do ar no Hospital das Clínicas. Uma membrana filtrante no coletor era capaz de reter unidades do vírus. A amostra era enviada então a laboratórios para confirmar se tinha o novo coronavírus.
Nesse período, os pesquisadores só capturaram o vírus nas amostragens que duraram mais de oito horas, mesmo em ambientes onde havia alta incidência de bioaerossóis. Isso aconteceu, segundo os pesquisadores, porque todos os ambientes do HC têm janelas, o que permite melhor ventilação.
Com base nos testes no HC, os pesquisadores criaram indicadores que conseguem apontar diferentes graus de risco de contaminação de acordo com o que for detectado. Os resultados do estudo estão sendo preparados para publicação em periódico científico.