Software
Os
jogadores brasileiros já podem comemorar a criação do primeiro
videogame com tecnologia 100% nacional. Uma parceria entre a Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e a empresa Matic
Entretenimentos deu origem ao jogo GP Brasil, um simulador de corrida
produzido com base em software livre e bibliotecas abertas.
A
Matic ficou responsável pela fabricação do gabinete do simulador e os
projetistas do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico
(LSI-TEC) pela criação do software e hardware necessários para o jogo.
"É
o primeiro simulador de grande complexidade tecnológica desenvolvido
inteiramente por pesquisadores brasileiros e com recursos nacionais",
explica Irene Ficheman, pesquisadora responsável pelo projeto. O
trabalho contou com a coordenação científica da professora Roseli de
Deus Lopes.
Os técnicos do LSI-TEC criaram toda a parte de
interação do jogo com o usuário, como a simulação física do carro, os
controles de resistência do volante de acordo com colisões da corrida,
a parte gráfica para geração de imagens e a manipulação de efeitos
sonoros de imersão.
"Nós criamos também todas as
interfaces competitivas que permitem a realização de uma corrida entre
vários jogadores em rede, além de dispositivos de inteligência
artificial que simulam a atuação de jogadores virtuais", conta Irene. O
GP Brasil oferece três opções de pistas ao jogador: os autódromos de
Interlagos, em São Paulo, e o Internacional de Curitiba, este com
versões de pista mista e oval.
A pesquisadora explica que
o software modelo, desenvolvido com base no sistema operacional Linux,
foi adquirido em bibliotecas abertas na internet. "Tudo começou com o
download de ferramentas de simulação na web para, a partir daí,
podermos modelar todas as características específicas do jogo. As
bibliotecas nos deram os caminhos para a idealização do produto final."
Os
pesquisadores do LSI-TEC pretendem em breve montar uma biblioteca que
será disponibilizada na internet. "A idéia é reunir todas as
bibliotecas abertas já utilizadas pelo laboratório. Assim, outras
pessoas poderão utilizar essas ferramentas de códigos abertos para a
criação de novos games", afirma Irene.
Agência Fapesp
Notícia
Jornal do Commercio (RJ) online