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ABC - Academia Brasileira de Ciências

Simpósio e diplomação dos novos Membros Afiliados da ABC/Regional MG&CO

Publicado em 05 maio 2015

No dia 28 de abril foi realizado simpósio científico e a cerimônia de diplomação dos novos membros afiliados da ABC da Regional MG&CO, eleitos para o período 2015-2019. A mesa de abertura foi composta pelo vice-presidente regional da ABC da região MG&CO Mauro Teixeira, o presidente da ABC Jacob Palis, a pró-reitora de Pesquisa Adelina Reis e o presidente da Fapemig e Acadêmico Evaldo Vilela.

Teixeira abriu o evento falando da importância da juventude e novas ideias que os membros afiliados trazem para a Academia. "No ano passado o encontro regional teve como tema a Importância da ciência. É fundamental que nós cientistas demonstremos isto claramente à sociedade, quem financia nosso trabalho e se beneficia do mesmo. Ciência de qualidade não é um luxo, mas base fundamental para o desenvolvimento equitativo de nosso país".  O vice-presidente regional agradeceu especialmente à UFMG e à Afiliada Vanessa Pinho, que vem colaborando muito na organização dos eventos. Agradeceu ainda a presença do presidente da ABC, destacando seu empenho em comparecer ao maior número de cerimônias de diplomação por todo o país.

A pró-reitora Adelina Reis, representando o reitor da UFMG Jaime Arturo Ramírez, que não pôde comparecer, afirmou que a Universidade estava honrada por hospedar mais um evento da ABC e de ter mais três de seus professores ingressando como Membros Afiliados dessa instituição tão prestigiosa da ciência brasileira. Cumprimentou o presidente da Fapemig por mantê-la viva e atuante apesar das dificuldades e deu boas vindas aos membros da mesa e a todos os presentes.

Evaldo Vilela cumprimentou a todos e destacou que a Fapemig conjuga, junto com o MCTI, a ABC, a SBPC e as outras FAPs, esforços em prol da CT&I no Brasil. Ressaltou que tem sido uma luta dura porque, infelizmente, quando escasseiam os recursos essa é uma área que sai imediatamente prejudicada já que, como disse o ministro Aldo Rebelo em sua posse, "não enchemos estádios nem fazemos entretenimento". Felizmente, segundo Vilela, o excelente trabalho do Prof. Jacob Palis à frente da ABC tem contribuído muito pra mudar esse quadro, o que vem se refletindo numa melhora da visibilidade da ciência brasileira e numa ampliação do diálogo entre o cientista e a sociedade. "Ainda sonho com o dia em que teremos reconhecimento público do trabalho que fazemos. Não é fácil, mas é possível", concluiu Vilela.

O presidente da ABC compartilhou de certo otimismo com relação ao reconhecimento da ciência. "É difícil, porque a ciência tem realmente um traço de sofisticação que não chega fácil à sociedade, mas está sendo muito mais compreendida e reconhecida do que já foi. "Um sinal disso, aos olhos de Palis, é o fato de que a presença de Acadêmicos muito ativos na linha de frente em órgãos como os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e o de Educação (MCTI e MEC) e agências como CNPq e Finep nunca foi tão grande. "Isso já é um passo grande em boa direção. Estamos navegando, passando por dificuldades, mas já passamos por isso antes. Vamos sobreviver - e bem." Palis destacou ser aquele o oitavo ano consecutivo em que a ABC promove reuniões como aquela em todo o país para incorporar jovens cientistas de excelente qualidade à ABC. "Gostaria de cumprimentar todos os novos membros afiliados da UFMG, que são um orgulho para nós."

Vilela apresentou uma palestra intitulada "Do conhecimento novo à inovação: o caso da fábrica de insulina de Marcos Mares Guia e o Quadrante de Pasteur". O quadrante de Pasteur se refere a uma classificação das atividades de pesquisa e inovação criada pelo cientista político Donald Stokes, da Universidade de Princeton, que as insere entre duas coordenadas. A primeira dimensiona o avanço do conhecimento e a segunda, a sua aplicação.
Projetadas num gráfico, a pesquisa básica sem nenhuma aplicação imediata - que tem seu melhor exemplo nas investigações do físico Niels Bohr sobre a estrutura do átomo - ocupa o quadrante superior esquerdo. A pesquisa aplicada visando ao desenvolvimento tecnológico - como a do sistema de iluminação elétrica de Thomas Edison - se insere no quadrante inferior esquerdo. No quadrante superior direito têm lugar as pesquisas que podem contribuir para o avanço do conhecimento - qualidade inerente da pesquisa básica - ao mesmo tempo em que têm grandes perspectivas de aplicações práticas. As investigações de Pasteur na área de microbiologia - que fizeram avançar o conhecimento e beneficiaram os produtores de álcool de beterraba - são o seu exemplo mais notório.1
Seguiu-se a cerimônia de diplomação dos novos membros afiliados da ABC. Saiba mais sobre eles nas matérias abaixo.

O agrônomo Adriano Nunes Nesi desenvolve pesquisa na UFV que identifica fatores envolvidos na regulação do metabolismo primário em tecidos autotróficos e heterotróficos.

Diagnóstico médico baseado em luz

O físico da UFMG Leandro Malard Moreira desenvolve pesquisa na área de propriedades óticas de materiais que possam ser usados em uma nova geração de processadores de computador, células solares e baterias, assim como em novas técnicas de diagnóstico médico.

Harmonia científica

Gustavo Batista de Menezes desenvolve pesquisa na área de imunologia na UFMG, buscando alternativas para o tratamento de doenças hepáticas e, nas horas vagas, toca em uma banda de rock.

Quebrando os cocaracteres irredutíveis

A pesquisa da matemática da UFMG Viviane Ribeiro Tomaz da Silva envolve o conjunto das matrizes 2x2, área da álgebra com aplicações em diversos ramos da ciência.

(Elisa Oswaldo-Cruz para NABC, com dados da Revista Pesquisa Fapesp, ed. 110, abril 2005 [1])