Notícia

Revista Hebraica

Simples, simpática e ama a vida

Publicado em 01 março 2011

A simplicidade do Prêmio Nobel de Química de 2009 - junto com Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz - é um dos traços de sua personalidade transmitida ao público que lotou o Teatro Anne Frank, como parte da visita da cientista ao país, a convite da Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil.

Dias antes, Yonath participou da abertura das comemorações do Ano Internacional da Química, instituído pela ONU, na Unicamp, em comemoração aos cem anos do primeiro Nobel de Química dado a uma mulher, Marie Curie. Yonath falou a respeito do "Surpreendente Ribossomo" no Laboratório Nacional de Luz Sincrotrón, no projeto Escola São Paulo de Ciência Avançada promovido pela Fapesp.

"Minha pesquisa possibilitou conhecer a estrutura dos ribossomos, o que abriu o campo para muitas outras pesquisas. Os ribossomos traduzem a informação do código genético, combinando as informações genéticas de um indivíduo com as informações presentes nas proteínas absorvidas pelas células. Eles traduzem e combinam informações de maneira rápida e extremamente correta. Existem muitos e muitos ribossomos em cada célula, mas todos trabalham juntos para facilitar a vida. Isto é suficiente para que eu os considere surpreendentes", explicou Yonath.

O reitor Fernando Costa apresentou a cientista israelense afirmando que "não haveria melhor forma de dar início às atividades do Ano Internacional da Química do que a presença de uma das cientistas que mais se destacaram nesta área nos últimos cem anos".

Na Hebraica, tratou de "Antibióticos: uma Esperança no Passado. A Dúvida da Atualidade e a Busca de um Futuro Promissor" e teve grande repercussão. Como disse o empresário Eytan Dikstein, formado no Technion, após a palestra: "Foi brilhante! Havia de tudo: cientistas renomados, estudantes, empresários e tantas outras "qualificações". Linguagem simples, apresentação didática, simpatia extrema e amor à vida. Um exemplo!".

Yonath disse que ao se tornar mais conhecida, pôde usar esse fato para "visitar escolas, universidades e estimular os jovens a seguirem a carreira científica, o que me dá muito prazer". E tem uma resposta pronta quando lhe perguntam da resistência masculina em relação à mulher cientista: "Não, nunca senti nenhum tipo de resistência. Acho que temos que mudar a sociedade, não a ciência e nem a mulher".