As ações tecnológicas voltaram a puxar o índice Dow Jones, Standard & Poors 500 e Nasdaq ontem pela primeira vez em mais de dois meses. As ações da IBM e da Microsoft lideraram o avanço. Alguns analistas afirmaram que os papéis de empresas fabricantes de semicondutores, computadores e softwares avançaram após o fechamento de um acordo entre a Texas Instruments e a japonesa Fujitsu, que vai aumentar os royalties pagos à empresa norte-americana ainda este ano. Muitos afirmaram, no entanto, que o aumento da procura por ações tecnológicas foi provocada pela fuga das ações cíclicas, mais sensíveis às oscilações econômicas. "Além disso, as ações do setor tecnológico estavam excessivamente compradas nas últimas semanas. A perspectiva é de que esses papéis voltem a subir nos próximos pregões", disse um analista. O índice Dow Jones de 30 ações industriais registrou alta de 0,63% ou 33,60 pontos, fechando a 5.407,59 pontos. O índice Nasdaq subiu 11,21 pontos para 1.083,36 pontos.
A queda da taxa de retorno dos títulos de 30 anos do Tesouro norte-americano (T-Bonds) de 6,19% para 6,15% durante a segunda-feira também injetou ânimo entre os investidores. A remuneração baixa desses papéis diminui os custos dos empréstimos para as empresas e torna os investimentos mais atrativos do que aqueles em mercado de títulos públicos.
Buenos Aires
A preocupação dos investidores em relação ao equilíbrio orçamentário do governo voltou a afetar a bolsa argentina no início da semana. O mercado acredita que o presidente Carlos Menem não irá obter do Congresso os chamados "superpoderes" para sanear as contas do governo. O otimismo em relação à aprovação desta medida fez o índice Merval acumular ganhos de 40% no final do ano passado. O Congresso deverá analisar a solicitação amanhã, mas muitos acreditam que não haverá quorum suficiente para a aprovação da medida. Outra justificativa para as perdas de ontem foi a saída de investidores do mercado com a elevação da remuneração dos "treasuries" nos Estados Unidos. O índice Merval de 20 ações encerrou o dia em queda de 3,9% ou 21,72 pontos, a 534,94 pontos.
Londres
Seguindo a tendência das principais européias, a bolsa de Londres fechou em baixa ontem. O principal fator por trás da queda registrada nas bolsas é a preocupação dos investidores em relação aos leilões de "treasuries", que totalizam US$ 44 milhões e serão iniciados hoje. A divulgação dos lucros de 104 milhões de libras da British Airways referentes ao quarto trimestre também preocupou o mercado. Isso porque o aumento significativo da demanda de passageiros neste período poderá provocar pressão nos preços. O índice FT de 100 ações recuou 0,92% ou 34,7 pontos, fechando a 3.746,6 pontos.
Frankfurt
A desvalorização do dólar frente ao i marco alemão e o fraco desempenho de Wall Street derrubaram a bolsa alemã. O índice Dax de 30 ações fechou com forte queda de 33,05 pontos, ou 1,35%, para 2.419,01 pontos. A elevação da remuneração dos títulos públicos alemães e norte-americanos também desanimou investidores, segundo operadores. O dólar recuou em relação à moeda alemã após o presidente do banco central alemão, Hans Tietmeyer, ter declarado que a economia do país irá apresentar forte recuperação neste ano. O desempenho do setor industrial, que registrou alta de 0,6% em dezembro em relação ao mês anterior, gerou pouco impacto no mercado.
Tóquio
O enfraquecimento do dólar e as vendas agressivas nos mercados futuros também fizeram a bolsa de Tóquio recuar no pregão de ontem. O índice Nikkei de 225 ações fechou em baixa de 1,20% ou 250,65 pontos, a 20.653,38 pontos.
por Estela Caparelli de São Paulo com AP/Dow Jones, Reuters e Bloomberg Business News
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Gazeta Mercantil