Especialistas provocaram os participantes da 10ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica para que refletissem sobre o que é necessário para que o setor privado seja definitivamente o protagonista do desenvolvimento sustentável econômico, social e ambiental no Brasil por meio da inovação. A reunião foi realizada na manhã desta terça (27), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.
O diretor da Anpei, Ronald Martin Dauscha, afirmou que é preciso concentrar ações de incentivo. "A idéia é que a Mobilização Empresarial pela Inovação, que hoje é coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), esteja alinhada com as decisões do governo", pontuou. Ele propôs que seja questionado como induzir a cultura do empreendedorismo, o acesso e a utilização aos fomentos financeiros e como as empresas podem ser incluídas na governança e na gestão das políticas públicas de inovação.
De acordo com o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, o setor empresarial deve investir em pesquisa e desenvolvimento para o aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é um componente do Produto Interno Bruto (PIB). "Se queremos entender melhor e criticar o funcionamento das políticas públicas e a situação da P&D no Brasil, precisamos conhecer os indicadores com mais freqüência", lembrou.
Carlos Américo Pacheco, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirmou que há uma espécie de mito confirmado. "Há muito tempo foi feito um diagnóstico de que existe uma cultura de baixa inovação nas empresas e isso está correto", destacou. Para ele, é importante ousar e vislumbrar o mercado internacional, tendo como medidor de inovação o sucesso na empresa. "O que faz a inovação importante é se ela estiver ligada ao sucesso da empresa".
Após as apresentações, o público foi convidado a participar da elaboração da proposta que será enviada à 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que acontecerá em Brasília (DF), de 26 a 28 de maio. Divididos em cerca de quarenta grupos de trabalho, com uma média oito a dez pessoas cada, os participantes discutiram e escreveram suas propostas, que em seguida foram apresentadas no palco principal.
Propostas à Conferência Nacional
Entre as sugestões relatadas pelos participantes para que o setor empresarial protagonize o desenvolvimento sustentável do país, foram relatadas a necessidade de criar novas formas de divulgação dos instrumentos de fomento; fortalecer e ampliar os programas de recursos para empresas inovadoras; desburocratizar o processo de submissão de projetos; realizar consórcios para a identificação de desafios comuns; promover uma maior exposição internacional das empresas; ampliar as formas de reconhecimento de empresas que trabalham a inovação; sensibilizar e capacitar equipes para o processo de inovação, entre outras.
Todo o material bruto confeccionado no encontro será publicado no site www.rededeinovacao.org.br.