Brasil recebe novos investimentos com foco em dengue e doenças de alta incidências
O mercado de desenvolvimento de vacinas retoma seu protagonismo em 2025, impulsionado por investimentos de fundações e empresas multinacionais que somam pelo menos R$ 3,4 bilhões, de acordo com informações do Valor Econômico. A alta incidência de doenças como bronquiolite em bebês, doenças pneumocócicas e, especialmente, a dengue, tem direcionado os aportes para novas soluções imunológicas.
Dengue no foco das novas vacinas
Com o avanço da epidemia no Brasil, a dengue tornou-se prioridade para instituições de pesquisa. Em janeiro, o Instituto Butantan iniciou a produção da Butantan-DV, uma vacina inovadora em dose única. O imunizante, fruto de uma parceria com a chinesa WuXi Biologics, recebeu um investimento de R$ 1,2 bilhão e teve seu registro solicitado à Anvisa em dezembro de 2024.
A previsão é de que o imunizante esteja disponível no SUS a partir de 2026, para pessoas entre 2 e 59 anos, com uma produção inicial estimada em 60 milhões de doses. O Butantan também investe na construção de uma nova fábrica em São Paulo, mirando não apenas a demanda nacional, mas também a exportação. “Uma vez atendido o SUS, é interessante para o Butantan e para o Brasil exportar e competir, ajudando ao próprio SUS com os custos”, afirma Saulo Simoni Nacif, diretor executivo da Fundação Butantan. O instituto projeta investimentos acima de R$ 3 bilhões nos próximos três anos.
Atualmente, a vacina contra a dengue disponível no SUS é fabricada pela Takeda e destinada a crianças entre 10 e 14 anos. Flavio Perrotti, diretor de negócios em vacinas da farmacêutica, reforça que o sistema público de saúde deve contar com múltiplos imunizantes para suprir a demanda crescente. “Continuamos à disposição do Ministério da Saúde para contribuir com o avanço da vacinação da dengue e enfrentamento da doença”, ressalta.