O Instituto Serrapilheira abriu a 6ª Chamada Pública de Apoio à Ciência, que oferecerá R$ 9,1 milhões a projetos originais e ousados em matemática, ciência da computação e ciências naturais. Serão selecionados 10 pesquisadores, que proponham grandes perguntas e contribuam para o conhecimento fundamental em suas áreas de atuação. As bolsas variam de R$ 200 mil a R$ 700 mil, a serem utilizadas ao longo de cinco anos.
As inscrições vão de 28 de outubro a 28 de novembro. Os candidatos deverão ter vínculo permanente com alguma instituição de pesquisa no Brasil e ter concluído o doutorado entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2020. No caso de mulheres com filhos, esse prazo é estendido em até dois anos.
O diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, ocupa, desde maio de 2020, o cargo de presidente do Conselho Científico – que passou a ser denominado Scientific Advisory Board (SAB) – do Serrapilheira. Além disso, o matemático integra o Conselho Administrativo do instituto.
Em chamadas públicas anteriores do Serrapilheira, dois pesquisadores do IMPA foram contemplados: Vinicius Ramos, em 2017; e Luna Lomonaco, em 2019.
Os selecionados para a nova chamada também poderão concorrer a recursos extras, de até 30% do valor do benefício, para serem investidos exclusivamente na integração e formação de pessoas de grupos sub-representados em suas equipes.
A seleção tem duas fases. Na primeira, os candidatos enviam pré-proposta, que será avaliada por revisores internacionais. Em seguida, são selecionados alguns projetos para submeter proposta completa. A etapa final inclui uma entrevista em inglês com os proponentes.
Neste ano, a chamada pública terá uma novidade: o candidato deverá detalhar o risco do projeto a partir de três definições propostas pelo Serrapilheira: risco de concepção, relacionado à formulação da hipótese do projeto; risco de abordagem, que diz respeito à escolha metodológica; e risco técnico, ligado à obtenção de dados.
O objetivo é estruturar de forma mais completa cada etapa do projeto e aprofundar o processo científico, possibilitando ao pesquisador mensurar como suas escolhas podem dar errado e o que fazer caso isso ocorra.
“A ciência avança mais quando assume riscos. Se não estimulamos as pessoas a se arriscarem, acabamos criando uma ciência meramente incremental”, diz Cristina Caldas, diretora de ciência do instituto.
Apoio de fundações
Para ampliar o apoio a jovens cientistas nos estados, outra novidade deste ano são parcerias com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e com as FAPs de São Paulo (FAPESP), Rio de Janeiro (Faperj) e Santa Catarina (Fapesc).
Pelo cofinanciamento, o Serrapilheira e as FAPs podem apoiar conjuntamente pesquisadores selecionados na chamada pública do instituto. Pelo apoio unilateral das FAPs, cientistas de seus respectivos estados que chegaram à fase final do processo de seleção, mas não receberem apoio do Serrapilheira por limitação orçamentária, poderão obter recursos das fundações.