Sergio Luiz Monteiro Salles Filho, professor titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências, é o novo diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp. Ele foi apresentado pelo reitor Fernando Costa a professores, funcionários e alunos durante reunião na manhã desta sexta-feira (3), no campus de Limeira. O professor Peter Schulz fica mantido como diretor associado.
Segundo o reitor, a escolha foi particularmente difícil porque os desafios de uma unidade nova e planejada para se tornar de excelência, como a FCA, exigiam um diretor com muitos predicados. "Havia necessidade de alguém que, além de notoriedade acadêmica, tenha experiência administrativa e conheça a função da Unicamp, bem como outras universidades do país e do exterior. O professor Sergio Salles concordou em sacrificar suas atividades no IG e outros órgãos, aceitando um cargo que é uma missão".
O novo diretor, por sua vez, disse que aceitou o convite sem grande hesitação, justamente por se tratar de um desafio. "A oportunidade de ajudar a criar uma grande escola é instigante e, por isso, logo comecei a pensar em como me desfazer das minhas atividades atuais para poder assumir o cargo com a dedicação e empenho que um desafio como este exige. Minha trajetória é essencialmente interdisciplinar e a FCA é mais uma chance de seguir nesse caminho".
Por conta de um problema médico, Sergio Salles teve que adiar este encontro com a comunidade da FCA por vários dias, mas o imprevisto facilitou o esboço do seu plano de trabalho, que se mostrou alinhado à expectativa da Reitoria. "Concordamos que, antes de tudo, é preciso consolidar os oito cursos já existentes, apesar dos planos para que outros sejam criados. Para isso, vamos trabalhar em três frentes: a infraestrutura, a institucionalidade e o projeto acadêmico".
Em termos de infraestrutura, Salles já está informado dos três desafios imediatos, que são o segundo prédio de ensino (com salas para até 120 alunos), o restaurante e o prédio de laboratórios. Sobre institucionalidade, o diretor observa que ela vai além da criação da congregação e das demais comissões. "Também é preciso criar uma identidade, a marca FCA, oferecendo formação, pesquisa e extensão que sejam únicas. Quem pensar em algo relacionado a gestão, engenharia ou saúde, de qualquer lugar do país, terá que pensar na FCA".
Sergio Salles observa que a principal frente de trabalho é do projeto acadêmico, ou seja, o conteúdo da graduação, pós-graduação e extensão. No caso da graduação, além da consolidação dos cursos já existentes e das questões do dia a dia, existe a meta de completar o quadro docente, havendo 17 processos seletivos abertos no momento. "É uma oportunidade imensa de formar um corpo docente de alto nível - e que na verdade vai definir o futuro da escola, juntamente seus alunos e recursos humanos. Alto nível não significa apenas ótimo perfil acadêmico, mas ter visão de mundo, olhar dez ou trinta nos à frente".
Outras iniciativas importantes apontadas pelo diretor são a implementação dos programas de pós-graduação - está em formação o curso de política científica e tecnológica - e a viabilização de intercâmbios de docentes e de alunos com universidades no exterior. "A pesquisa é o grande diferencial e traremos projetos interessantes, como fiz nos últimos 20 anos na Unicamp. Vamos buscar recursos e formar grupos de pesquisa de excelência, criando a prática de transformar o conhecimento aqui gerado em publicações".Compromisso - O reitor Fernando Costa fez um agradecimento especial aos professores Mário Saad, diretor anterior, e Peter Schulz, diretor associado que vinha ocupando o cargo interinamente, pela "implementação das bases do que será a FCA no futuro". O reitor reiterou que esta administração está empenhada para que a nova unidade atinja o mesmo nível de excelência das mais tradicionais da Unicamp. "O prédio de laboratórios, que está sendo terminado, não será só ensino, será também de pesquisa. E o prédio de salas de aula está garantido".
Quem é - Sergio Salles Filho é engenheiro agrônomo formado pela UFRRJ, mestre em ciências agrárias pela Unesp de Botucatu e doutor em economia pela Unicamp. Chefiou o DPCT por suas vezes. Foi superintendente de Planejamento Operacional da Finep e atualmente é coordenador de avaliação de programas da Fapesp. Ganhou por duas vezes o Prêmio Zeferino Vaz - um reconhecimento pelo desempenho acadêmico - e também a Medalha Santos Dumont, do Comando da Aeronáutica, por coordenar e desenvolver o processo de reorganização institucional do CTA.