Agência FAPESP – Pesquisadores brasileiros e americanos estudam o uso de dois materiais semicondutores – o óxido de cobre e o óxido de estanho –, com alta sensibilidade e seletividade para detecção de gases poluentes, no desenvolvimento de sensores nanométricos para monitoramento ambiental.
A divulgação ocorreu no dia 22 de outubro durante o segundo simpósio da FAPESP Week 2012, realizado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos.
Os resultados apresentados são fruto do projeto “Avanços em óxidos semicondutores nanoestruturados para sensores de gás”, apoiado pela FAPESP.
A pesquisa é coordenada pelo americano Harry Tuller, do Departamento de Ciências de Materiais e Engenharia do MIT, e pelo brasileiro José Arana Varela, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.
“Além da escala nanométrica (bilionésima parte do metro), que confere mais sensibilidade ao semicondutor, outros fatores também são importantes para a definição desses materiais”, contou Varela.
Segundo o pesquisador, testes feitos no MIT mostraram que diferentes formas de estruturação de partículas dos semicondutores podem levar a grandes mudanças na condutividade elétrica e, portanto, alterar a resposta dos materiais em contato com os gases. “Nosso próximo passo é explicar por que a morfologia é tão relevante nesse processo”, disse.
A equipe estabelecida na Unesp com a criação do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP – tem grande capacidade para sintetizar materiais e preparar amostras, contou Varela.
No MIT, a equipe de Tuller tem grande experiência com nanossensores, habilidade para caracterizar os materiais e conta com um sistema muito bem controlado para analisar até oito amostras ao mesmo tempo.
“Sinergia é a palavra-chave para descrever nossa colaboração”, afirmou Tuller. “As interações pessoais e a capacidade de transferência mútua de competências específicas entre os dois grupos permitiu, em curto espaço de tempo, avanços reais em relação ao tipo de materiais desenvolvidos e interpretação de fenômenos, o que abriu novos caminhos para a pesquisa”, completou.
Desde o início de 2011, a integração entre as equipes dos dois países tem sido produtiva. Um artigo foi publicado no Advanced Funcional Materials, periódico de alto impacto, e outros estão em fase final de revisão e de preparação.
Inaugurada em Toronto, Canadá, no dia 17 de outubro, a FAPESP Week 2012 continua nesta semana com outros dois simpósios nos Estados Unidos. No dia 22, o evento se deu no MIT, em Cambridge. No dia 23 foi realizado o encontro no Brazil Institute, ligado ao Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington DC. No dia 24, o evento será na West Virginia University, em Morgantown.
A programação inclui a exposição Brazilian Nature – Mistery and Destiny, sobre a biodiversidade brasileira, inaugurada no Museu do MIT em 22 de outubro. A mostra também será exibida na Universidade de West Virginia.
No contexto das comemorações do 50º aniversário, a FAPESP Week 2012 é a segunda rodada internacional de encontros para promover a aproximação entre pesquisadores com produção destacada em suas áreas de atuação, discutir pesquisas em andamento e a elaboração de novos projetos cooperativos. A primeira edição do evento ocorreu em Washington, de 24 a 26 de outubro de 2011.
As programações e mais informações sobre o evento estão disponíveis em WWW. FAPESP.br/week2012/northamerica.