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Jornal Cidade

Sensor adesivo pode rastrear substâncias no suor e detectar novas doenças

Publicado em 12 agosto 2020

Por Agência Fapesp

Na hora de saber sobre a saúde. muitas pessoas realizam uma série de exames de rotina, como sangue e urina. Isso porque essas amostras carregam importantes biomarcadores para uma vida saudável, entretanto. o suor também poderia ser uma boa alternativa aos exames. Para testar os limites dessas análises. pesquisadores do Instituto de Fisica e de Quimica da USP São Carlos desenvolveram um sensor em forma de adesivo e sem o uso de plásticos. com conexão wireless.

Coordenado pelo pesquisador c professor da Universidade de São Paulo (USP). Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, o novo sensor, quando fixado sobre a pele. permite detectar e quantificar diferentes substâncias presentes no suor. Entre os biomarcadores que o adesivo pode detectar estão o sódio. potássio, o ácido úrico. o ácido láctico c a glicose. por exemplo. Com a vantagem de não utilizar o plástico, como outros equipamentos similares. c não precisar de um procedimento invasivo. como acontece na coleta de sangue. o adesivo € discreto e prático, tendo apenas 1.5 centimetro de comprimento e 0.5 centimetro de largura — com a espessura de uma folha de papel de seda. Aproveitando a nanocelulose Entre as vantagens do novo sensor está a sua capacidade de fixação na pele. através de um mate nal natural. a nanocelulose.

Um dos pesquisadores envolvidos no projeto. Robson Rosa da Silva. comenta que “ a nanocelulose microbiana é um polimero 100% natural, produzido por bactérias a partir do açúcar. Sua principal vantagem em relação ao plástico é que ele propicia uma interface muito maior com a pele e já é encontrada no mercado há alguns anos na forma de curativos ”. Entretanto. o biomaterial não tinha sido ainda estudado como uma matriz para a fabricação de sensores c letro quimicos, como este. Nos sensores de matriz plástica. a transpiração e o suor geram uma espécie de barreira entre o dispositivo e a pele do usuário. o que dificulta a detecção dos biomarcadores. “ Já o sensor cm nanocelulose é totalmente respirável: o suor consegue chegar até a camada ativa do clet rodo atraves da matriz de nanocelulose ”. explica Silva para a Agência Fapesp.

Por conta dessa eficácia. “ uma aplicação possivel do sensor de nanocelulose é o monitoramento do diabetes. Outra é o controle hormonal em mulheres. por meio da detecção do hormônio estradiol ”. aponta Robson. Indo além. esse sensor poderia até mesmo ser usado para detectar a presença de poluentes atmosféricos no organismo, que seram expelidos pelo suor. Agora, a equipe de desenvolvedores estuda o uso do dispositivo para a administração de medicamentos e também formas de viabilizar o uso comercial da nova tecnologia. Além dos institutos da USP. o produto contou com a colaboração da Universidade Estadual Paulista (Unesp) — Campus de Araraquara. da Universidade de Araraquara (Uniar a). da Universidade de Campinas (Unicamp) e do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano). Fonte: Canal tech via Agência Fapesp