Para provar que investir em moda é um bom negócio, representantes do setor têxtil e organizadores do São Paulo Fashion Week (SPFW), realizaram o seminário "O Negócio da Moda: Fator Estratégico de Crescimento e Desenvolvimento", no hotel Jaraguá, no centro da cidade. O governador Geraldo Alckmin participou da abertura do seminário, que teve como objetivo buscar soluções para o desenvolvimento do setor de moda, por meio de troca de informações entre profissionais do ramo, valorizar os produtos e a imagem do Brasil no exterior.
Foi discutida a importância da valorização do setor dentro do Brasil para que seja respeitado lá fora. Organizador do SPFW, Paulo Borges, que também preside o Instituto Nacional de Moda e Design, comentou que o evento é recorde de retorno de mídia, perdendo apenas para a Copa do Mundo. Com apenas oito anos de existência, ele está entre os cinco maiores do mundo do setor. "Antes de São Paulo Fashion Week, não existia um calendário de moda no País", falou.
Ele propôs um novo calendário da moda para o lançamento das estações: verão, outono, inverno e primavera. "Esta programação vai ajudar os fornecedores de peças na hora de atender os estilistas que ajudam a divulgar os produtos dentro e fora do País".
O sucesso e a repercussão que a São Paulo Fashion Week vem alcançando em pouco tempo de existência foram destacados pelo governador. "é um fato extraordinário, num curto período de tempo, o Brasil estar entre os cinco maiores eventos de moda do mundo. Há uma mudança cultural e isto representa um passo de enorme significado", comentou. observando a liderança do Estado na produção do acrílico, nylon e poliéster.
Alckmin lembrou que o Brasil sempre foi exportador de matéria-prima. "O mundo rico agrega valor, coloca o seu design, vende caro. e o emprego e renda acabam ficando lá fora. Esta é a grande mudança de mentalidade que a São Paulo Fashion Week trouxe, e nós precisamos levar a todo o setor da economia para esta transformação. O resultado está aí. A população é criativa, temos talento e tecnologia", declarou.
Ele colocou à disposição do presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) e do organizador da SPFW os institutos de pesquisas do Governo do Estado como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica). "O investimento de R$ 2 milhões/dia que aplicamos na Fapesp também pode ser usado na área de design". Atento à pirataria que também atinge este setor, Alckmin disse que o Governo criou a Delegacia de Investigação de Crime Contra Propriedade Material.
Os palestrantes não deixaram de mencionar a redução de ICMS 2003 e de US$ 353,8 milhões em de 18% para 12% para o setor, promovida pelo governador Geraldo de que as exportações cresçam Alckmin no final de 2003. "Foi um importante reconhecimento para a cadeia produtiva e a moda brasileira", comentou o presidente da Abit, Paulo Skaf. Ele destacou a relevância do setor que gera milhões de empregos e colabora positiva mente com a balança comercial brasileira. Skaf falou ainda da necessidade de se agilizar as negociações internacionais, o que ajuda na criação de mais empregos. "No ano passado. nossas exportações cresceram em 40%. Com isto foi possível gerar mais de cinco mil empregos". Para que o setor atinja novos patamares ele salientou a necessidade de se intensificar a venda dos produtos com valor agregado e não somente em matéria bruta. "Até pouco tempo o Brasil exportava algodão para os empresários lá fora transformarem em calça e ganharem o lucro em cima". Fator essencial para isto, é o fortalecimento dos trabalhos em conjunto Com o Governo do Estado, Sebrae e com a Apex. "Não podemos viver isolados como uma ilha, por isso é importante a parceria para a geração de emprego e aumentar as exportações".
O setor têxtil, pioneiro da industrialização do País, emprega diretamente cerca de 1.5 milhão de pessoas. das quais 525 mil estão no Estado de São Paulo. Em 2003, o setor faturou no País. U$ 22.7 bilhões, contra US$ 22 bilhões do ano anterior. A participação no Estado foi de US$ 472 milhões em 2003 e de US$ 353,8 milhões em 2002. A expectativa para 2004 é de que as exportações cresçam 20%. Os principais países de destino são: EUA, Argentina, Alemanha, Colômbia, Chile, Japão, Portugal, México, Uruguai e China.
Notícia
Jornal da Manhã (Cricíuma, SC)