Os impactos da COVID-19 no cotidiano das cidades serão analisados por quatro pesquisadores que se debruçaram sobre temas como mobilidade, atividades econômicas, ocupação de espaços e tecnologia. Na próxima segunda-feira (25/10), eles vão expor em seminário on-line como projetam a vida nos centros urbanos no futuro próximo.
O evento “As Cidades no Pós-Pandemia” integra o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, organizado por meio de parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a FAPESP com o objetivo de divulgar à sociedade em geral e aos legisladores e gestores públicos os avanços das pesquisas científicas realizadas no Estado de São Paulo.
Ciro Biderman, professor dos programas de Pós-Graduação e Graduação em Administração Pública e Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), falará sobre a situação emergencial dos sistemas de transporte público. “A maioria das cidades que operavam sem subsídio passou a financiar o transporte por ônibus em valores superiores a 10% do seu custo”, conta. “Ainda que esse desequilíbrio esteja evidentemente relacionado com a pandemia, ela apenas aprofundou o que já vinha ocorrendo no transporte por ônibus em todo o país.” Segundo o pesquisador, o serviço foi impactado pela chegada dos aplicativos, que atraíram principalmente os passageiros que realizam viagens mais curtas e são os mais lucrativos.
Em diferentes países, geografias específicas absorvem os choques gerados pelo coronavírus de diferentes maneiras. “A disseminação do SARS-CoV-2 no Sul Global está fortemente relacionada a desigualdades estruturais, sociais e espaciais sejam elas inter-regionais ou intraurbanas”, diz o professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Eduardo Amaral Haddad. Sua apresentação mostrará que, dadas as fortes desigualdades dentro dos países, há um alto potencial para que a atual crise sanitária gere um descontentamento crescente nas regiões que “ficaram para trás”.