Agência FAPESP
O furacão Katrina, que atingiu com uma força terrível o Estado da Louisiana, no Sul dos Estados Unidos, em agosto do ano passado, provocou a morte, de forma direta ou indireta, de 1.604 pessoas. Algumas semanas depois, em setembro de 2005, praticamente a mesma região acabou sendo varrida novamente pelo Rita.
Estudo que acaba de ser divulgado pela Universidade de Colúmbia, feito com 665 donas de casa das áreas atingidas pelos dois fenômenos naturais, revela que o impacto social gerado há mais de seis meses está provocando sérios efeitos crônicos. Além da rotina das famílias não ter voltado ao normal, boa parte das pessoas atingidas está com problemas de saúde, seja de ordem clínica ou mental.
Na média, desde que o furacão passou pelo Sul dos Estados Unidos, as famílias entrevistadas tiveram que mudar de habitação 3,5 vezes. Além disso, entre as crianças que estão em idade escolar, 1/5 delas não estão indo às aulas, ou faltaram pelo menos dez dias no mês anterior ao estudo.
O relatório dos pesquisadores gerou uma série de recomendações que foram encaminhadas para o Congresso Nacional. As entrevistas mostraram ainda que mais da metade das mães apresentou evidências claras de que são portadoras de problemas psiquiátricos, como depressão ou ansiedade.
Pelos menos 50% da mostra revelou que um de seus filhos, no mínimo, passou a apresentar alteração de comportamento depois do incidente. Falta de concentração é o mais comum deles.
Apesar de todas as famílias serem atendidas pelo fundo de emergência do governo nacional, o relatório indica que os problemas crônicos de saúde das mães e de seus filhos estão merecendo pouca atenção das autoridades. As entrevistas, realizadas em fevereiro, foram feitas com mulheres escolhidas entre 12 mil residências, o que representa uma população total de 30 mil pessoas.
Para ler o estudo na íntegra feita pelos pesquisadores da Universidade de Columbia, clique aqui.