A secretária municipal de Educação, Regina de Assis, criticou ontem o papel das universidades na formação dos professoras. "Temos que rediscutir a qualidade dos cursos universitários e normais. Vejo uma grande quantidade de professores, só que mal preparados", disse ela, depois de se mostrar estarrecida com o resultado do concurso para professores de Matemática realizado do último sábado pela prefeitura. A reação da secretária não é infundada. Dos 1.632 candidatos que fizeram a prova, apenas 123 foram aprovados, não preenchendo assim 300 vagas oferecidas pelo município.
"Há muita discussão sobre política educacional, mas falta uma atenção maior ao currículo dos cursos de licenciatura nas universidades", diz Regina. Pelo menos no caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a parcela de contribuição para diminuir o difícil de professores na rede pública de ensino está garantida. Desde 93, a universidade criou cursos noturnos de licenciatura em Matemática - uma das disciplinas mais carentes em profissionais -, Química, Biologia, Geografia e Educação Física. No fim deste ano, estará se formando a primeira turma de Matemática, com cerca de 50 professores.
"O magistério perdeu seu status, mas há pessoas que ainda querem seguir a vocação. Elas, integram uma classe social e econômica mais baixa e não podem fazer o curso durante o dia, já que trabalham", ressaltou a sub-reitora de Ensino de Graduação da UFRJ. Neide Felisberto Ribeiro.
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Jornal do Brasil