Notícia

Terra Viva

Secretaria de Agricultura de São Paulo desenvolve sistemas de produção de alimentos com menor impacto ambiental (4 notícias)

Publicado em 05 de julho de 2019

Por  Adriana Luiza Costa de Almeida

Produção de alimentos - Para atender a nova e maior demanda da sociedade, que está em busca de sistemas de produção de alimentos que sejam sustentáveis, com o menor impacto ambiental, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ) e mais quatro instituições de pesquisas — USP, Embrapa, IBGE, Universidade da Califórnia-Davis —, implantaram o projeto Práticas estratégicas para mitigação das emissões de gases de efeito estufa em sistemas de pastagem do sudeste brasileiro, que recebeu o investimento de R$ 1,8 milhões pela Fapesp.

O principal objetivo é caracterizar e identificar os sistemas de produção de produtos de origem animal – carne e leite – que tenham menor impacto ambiental. A meta é promover o uso mais eficiente da terra para diminuir a pressão sobre áreas com florestas, agregar valor ao produto, melhorar a renda do produtor, colaborando ainda com diminuição os custos com adubação e fertilização nitrogenada.

Integração lavoura-pecuária-floresta tem apresentado melhorias das condições do bem-estar animal, resultando em maior desempenho produtivo e diminuição de gastos com medicamentos.

De acordo com Paulo Henrique Mazza Rogrigues, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e doutor em nutrição animal, “participam do projeto cerca de 30 cientistas das instituições públicas do governo do Estado de São Paulo, Governo Federal e Universidade internacional”. As cinco instituições se uniram para desenvolver estudos na área de desenvolvimento da pecuária sustentável.

Segundo Paulo, a expectativa é identificar sistemas que resultem em menor impacto sobre o ambiente, trabalhando com consórcio entre forrageiras, integração da pecuária com a lavoura, sistemas silvipastoris e sistemas intensificados de produção.

Existe demanda da sociedade por alimentos produzidos em sistemas de produção compatíveis com o meio ambiente, que respeitem o bem-estar animal e sejam sustentáveis. Para Paulo, “muitos estão trabalhando para diminuir o impacto ambiental e na pecuária isso não é diferente. Temos que estar sempre buscando novos caminhos para atender esses anseios, minimizando ao máximo os impactos no resultado final do produto”.

“E os produtores estão efetivamente interessados em sistemas que diminuam o impacto ambiental, para atender essa nova demanda da sociedade”, enfatiza o pesquisador.

Os órgãos governamentais de fomento a pesquisa tem papel muito importante para estimular esse desenvolvimento. A Fapesp tem feito chamadas públicas de financiamentos para pesquisa em áreas temáticas. A tendência é que os projetos sejam feitos por grupos multidisciplinares, onde vários especialistas atuam em conjunto para encontrar soluções que são de interesse da sociedade.

Para a diretora do Centro de Pesquisa de Nutrição Animal e Pastagens, pesquisadora do IZ, Luciana Gerdes, tão importante quanto a geração do conhecimento está a interação entre instituições de pesquisa do estado de SP e de outras regiões do País, com a otimização da rede de infraestrutura, como laboratórios de análises e campos experimentais. “Estamos com quatro experimentos em desenvolvimento onde atuam especialistas de diferentes localidades – Nova Odessa, Pirassununga, São Carlos, Jaguariúna, Piracicaba e Estados Unidos.”

“O trabalho que estamos realizando de consórcio de braquiária com a leguminosa macrotiloma do acesso do Banco Ativo de Germoplasma do IZ (BAG-IZ) acabou de ser implantado e os primeiros dados estão previstos para outubro de 2019”, enfatiza Gerdes.

O BAG contribui com a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro com cultivares de gramíneas e leguminosas forrageiras que atendem a demanda da pecuária nacional em sistemas de pastagens solteiras, consorciadas, silvipastoris e integração lavoura pecuária.