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Seca histórica nos rios da Tríplice Fronteira (96 notícias)

Publicado em 13 de setembro de 2021

As imagens das margens secas do rio Paraná e das Cataratas do Iguaçu com quedas d’água tímidas têm impressionado os moradores da Tríplice Fronteira nos últimos tempos.

Esse fenômeno vai além da escala local e faz parte do rol de eventos extremos ligados às mudanças do clima, segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), divulgado no início de agosto.

Esses eventos podem ser ondas de calor, chuvas fortes ou secas intensas, além do – mais conhecido – aquecimento global.

O IPCC foi criado em 1988 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é conformado por 195 países, incluindo Argentina, Brasil e Paraguai.

O trabalho do Painel é compilar pesquisas de todo o mundo a respeito das mudanças climáticas: suas bases científicas e físicas; os impactos sociais e ambientais que provocam; além de traçar estratégias para sua mitigação.

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Os documentos já divulgados são claros sobre a responsabilidade da ação antropogênica (ou seja, da atividade humana) nas mudanças climáticas. Mas também apontam, felizmente, algumas saídas.

Por aqui é simples relacionar o baixo nível dos rios à iminência de problemas para a geração de energia, para a navegação e utilização dos portos fluviais (impactando sobretudo o Paraguai e a Argentina), ao abastecimento hídrico da população e da atividade econômica. De fato, jornais locais e nacionais dos três países já vêm reportando essas preocupações.

O novo relatório do IPCC contribuirá para as negociações internacionais que acontecerão em breve, entre o final de outubro e início de novembro de 2021, na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26, na sigla em inglês), em Glasgow, Escócia, no Reino Unido.

É importante destacar a participação de diversos cientistas brasileiros neste trabalho. Mais informações podem ser encontradas na página e no canal da Agência FAPESP no YouTube e na página do IPCC, onde os relatórios estão disponíveis integralmente.

Enquanto acompanhamos estudos e negociações internacionais, e refletimos sobre as necessárias mudanças em nossa sociedade a respeito das mudanças climáticas, esperamos ver novamente rios caudalosos e quedas d’água abundantes nas belas paisagens da Tríplice Fronteira.

Heloisa M. Gimenez é Doutora em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), integrante do Grupo de Pesquisa sobre a Tríplice Fronteira (GTF/UNILA/CNPq) e tutora do PET Conexões de Saberes da mesma universidade.

Heloisa M. Gimene.

Heloisa M. Gimenez é Doutora em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), integrante do Grupo de Pesquisa sobre a Tríplice Fronteira (GTF/UNILA/CNPq) e tutora do PET Conexões de Saberes da mesma universidade.