... vai transformar-se só num fotismo, do grego fotismós, sensação visual, de cor ou de luz, produzida não pelo olho, mas por qualquer um dos sentidos ou pela memória
Biota: do grego biotés, do mesmo étimo de bios, vida, pelo francês biota ou talvez pelo inglês biota, designando o conjunto de seres vivos de um ecossistema de determinada região, incluindo fauna, flora, bactérias, fungos, abrangendo toda forma de vida em terra, mar e ar, inclusive em águas profundas de oceanos, mares, rios e também a biosfera. No francês a palavra apareceu em 1892 e no inglês, em 1901. Seu primeiro registro em nossa língua deu-se em 1982. É muito freqüente a presença do prefixo grego "bio" em palavras portuguesas que de algum modo referem a vida: biologia, biografia, biodiversidade e muitas outras, algumas de entrada recente na língua, como é o caso de biota, cujo sinônimo é bioma. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) tem um programa denominado Biota, reunindo esforços da comunidade científica paulista, muitos deles deflagrados pela Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada durante a ECO-92 e ratificada pelo Congresso em 1994. Substituindo biota por bioma, o colunista Ancelmo Góis usou a palavra em sua tradicional coluna em O Globo em 18 de novembro: "Lula assina hoje o decreto Mata Atlântica, que regulamenta o uso e a proteção ambiental daquele bioma".
Fotismo: do grego fotismós, fotismo, sensação visual, de cor ou de luz, produzida não apenas pelo olho, mas por qualquer um dos sentidos ou pela memória. Os pacientes recordam objetos, pessoas ou conceitos que os impressionaram. Foi assim definido pelo poeta, professor e ensaísta Affonso Romano de Sant'Anna (70) no livro O Enigma do Vazio (Editora Rocco), comentando as visões da mística e escritora medieval alemã Hildegarda von Bingen (1098-1179): "É um tipo de sensação ligada ao êxtase histérico ou psicótico, que pode ser produzido também por enxaqueca, intoxicação ou até manifestação epiléptica".
Deonísio da Silva (60), escritor, é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, professor e vice-reitor de Cultura da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e autor de A Língua Nossa de Cada Dia e Goethe e Barrabás (Editora Novo Século), entre outros 31 livros, alguns deles publicados também em outros países. Blogue: http://eptv.globo.com/blogecolunistas E-mail: deonisio@terra.com.br
Portal Caras online – 08/07/2009