Publicado em Em 2024, a dengue tem causado uma grande preocupação no Brasil, com uma média de 16 mortes diárias, conforme dados do Ministério da Saúde.
Até a metade de dezembro, o país registrou mais de 6,6 milhões de casos prováveis e quase seis mil óbitos pela doença. Santa Catarina, que teve 346.625 casos e 340 mortes durante o ano, é um dos estados mais afetados, com uma média de quase uma morte por dia.
O aumento expressivo nos casos de dengue este ano foi impulsionado por uma combinação de fatores, sendo as mudanças climáticas um dos principais. Segundo especialistas, o aquecimento global tem favorecido a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além disso, a suspensão dos trabalhos de controle de endemias durante a pandemia de Covid-19 afetou a eficácia das ações preventivas. O secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Cunha, destacou que a retomada das atividades de combate à dengue foi tardia em algumas localidades, contribuindo para a intensificação da propagação do vírus.
Em termos de distribuição etária, a faixa de 20 a 29 anos concentra o maior número de casos, com destaque para as mulheres, que representam 55% dos infectados. O mês de maio, com 1.344 mortes, foi o pico de óbitos pela doença. A vacinação contra a dengue, que começou a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em janeiro de 2024, tem sido uma das principais estratégias de combate à doença. A vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus e é indicada para pessoas entre 4 e 60 anos.
O Brasil também viu a criação do Centro de Operações de Emergência contra a Dengue (COE Dengue) em fevereiro de 2024, com o objetivo de coordenar as ações de controle da doença. Embora o centro tenha encerrado suas atividades em julho, o monitoramento contínuo tem sido fundamental para a gestão da crise. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de mortes por dengue em 2024 superou o recorde de 2023, quando 1.179 pessoas perderam a vida pela doença.
Com a vacina, a expectativa é que o número de casos diminua nos próximos anos, principalmente com o desenvolvimento de um novo imunizante brasileiro, o Butantan-DV, que poderá fornecer proteção em uma única dose. A produção do Butantan-DV tem o potencial de fornecer até 100 milhões de doses nos próximos três anos, uma medida essencial para conter a disseminação da doença no país.