SÃO PAULO — A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) prossegue em sua cruzada para mudar os rumos do Projeto Sivam, o sistema de vigilância da Amazônia que o governo pretende implantar ao custo estimado de US$ 1,4 bilhão. Em debate que reuniu políticos e oficiais da Aeronáutica no fim da tarde de ontem, na cidade de São José dos Campos, o presidente da SBPC, Sérgio Henrique Ferreira, apresentou uma proposta alternativa elaborada pela entidade para o Sivam.
O documento de 15 páginas propõe a divisão do projeto Sivam em duas partes, que funcionariam de, forma independente. Uma das partes, a cargo do Ministério da Aeronáutica, Ficaria restrita ao controle do tráfego e vigilância aérea e territorial da Amazônia. A outra, destinada à vigilância ambiental e monitora-mento meteorológico, seria viabilizada e coordenada integralmente por técnicos, cientistas e empresas brasileiras, que se reuniriam no que a SBPC batizou de Rede Cooperativa de Monitoramento Ambiental da Amazônia, a Reconam.
De acordo com o presidente da SBPC, Sérgio Henrique Ferreira, a entidade "não pretende inutilizar o projeto oficial". A diferença em relação à proposta do governo é limitar a ação da empresa Raytheon, vencedora da concorrência para a implantação do Sivam. "Da forma como está proposto, o Sivam não atende aos interesses estratégicos nacionais", sustenta Sérgio Ferreira, "Ao privilegiaria Raytheon, esta se liquidando com a possibilidade de se criarem empresas nacionais de grande-porte, principalmente no setor de tecnologias ambientais". A SBPC não tem idéia do custo de implantação do projeto caso sua proposta seja aceita pelo governo.
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Jornal do Brasil