Um estudo publicado no Journal of Adolescent Health revelou que adolescentes que passam mais de três horas diárias em comportamentos sedentários enfrentam maior risco de problemas de saúde mental no futuro. Por outro lado, a exposição moderada às telas dedicadas a atividades educacionais foi considerada um fator protetor. Entre os comportamentos sedentários destacam-se jogar videogame, ler por lazer ou distrair-se por longos períodos com telas eletrônicas.
Estudos têm demonstrado que a falta de atividade física, aliada ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, está associada ao aumento de problemas de saúde, como obesidade, doenças cardiovasculares, ansiedade e depressão.
Pesquisa
O estudo, realizado no Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King’s College London, analisou dados de 3.675 adolescentes. As informações foram coletadas do Millennium Cohort Study, que acompanha crianças nascidas entre 2000 e 2002. Os jovens registraram suas atividades sedentárias aos 14 e 17 anos, e relataram seu sofrimento psicológico aos 17 anos.
Os pesquisadores observaram que os jovens que dedicavam mais de 180 minutos por dia a atividades de lazer em telas eletrônicas apresentavam maior sofrimento psicológico aos 17 anos. Além disso, aqueles que passavam mais de três horas diárias lendo por diversão também relataram mais sofrimento mental, especialmente os meninos.
O estudo destacou que o maior tempo de lazer, sobretudo com videogames, resultou em maior sofrimento psicológico, ao passo que atividades educacionais foram associadas a menor sofrimento. Para mitigar os impactos negativos, os pesquisadores recomendam estabelecer limites para atividades em telas de lazer, preferencialmente abaixo de três horas diárias, e incentivar atividades educacionais estruturadas em detrimento do lazer passivo.