A baixa procura pela vacina contra a dengue tem gerado alerta entre as autoridades de saúde do Brasil. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgou, nesta sexta-feira (24), que apenas metade das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde para estados e municípios foi aplicada. Isso representa uma preocupação diante da necessidade de imunização em regiões onde a doença é mais frequente.
Segundo dados da pasta, entre 2024 e 20 de janeiro de 2025, foram distribuídas 6.370.966 doses da vacina contra a dengue, porém somente 3.205.625 foram aplicadas até o momento. Esse cenário alarmante se dá em um contexto de aumento dos casos da doença no país. Em 2024, houve um recorde de 6.629.595 casos prováveis de dengue e 6.103 mortes registradas.
A vacina, conhecida como Qdenga, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a ser distribuída em fevereiro de 2024. No entanto, a capacidade limitada do fabricante fez com que a quantidade de doses fosse restrita ao público-alvo de crianças de 10 a 14 anos, faixa etária com maior índice de hospitalizações por dengue.
Apesar de a vacina ser considerada segura e eficaz, a presidente da SBIm, Mônica Levi, expressou preocupação com a baixa adesão da população. Ela reforça a importância de completar o ciclo de duas aplicações, ressaltando que a segunda dose é responsável pela proteção de longa duração.
Enquanto isso, o Instituto Butantan está produzindo um novo imunizante contra a dengue, o Butantan-DV, porém aguarda a aprovação da Anvisa. Ministra da Saúde, Nísia Trindade, não acredita que haverá vacinação em massa contra a doença em 2025.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde tem reforçado ações de prevenção e monitoramento da dengue, incluindo o controle vetorial do mosquito transmissor e a implementação de tecnologias para combater a proliferação da doença. A baixa disponibilidade da vacina faz com que a estratégia principal continue sendo a prevenção, visando garantir a segurança da população diante do avanço da dengue no país.