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Revista Viu

São Roque pretende aprimorar produção de vinho

Publicado em 23 agosto 2006

O município de São Roque lidera atualmente um dos mais audaciosos projetos da vitivinicultura já desenvolvido no Estado de São Paulo, chamado de "SPVinho". A idéia do projeto é somar forças entre os vários pólos produtores paulistas para - além de competir com a produção de vinhos finos e de mesa de outros Estados - também dar conta da demanda do Estado. Paralelamente, o principal interesse de São Roque é o de resgatar a imagem de "Terra do Vinho". Título que a cidade perdeu há cerca de 30 anos, com o desenvolvimento do município e queda da produção. Naquela época, existiam cerca de 160 vinícolas, hoje a cidade conta com apenas 13.
De acordo com o coordenador do projeto, Luiz Guilherme Campos de Oliveira, o objetivo principal do SPVinho é a revitalização da vitivinicultura paulista. Ele afirmou que a parte inicial do projeto prevê um estudo nas cidades de São Roque, Jundiaí e Jarinu para identificar os reais problemas do setor e suas causas, como a crescente demanda dos clientes paulistas e a extinção progressiva do cultivo da uva nas cidades. A segunda etapa será o de incentivar o cultivo da uva, estendendo o projeto para outras áreas que possam desenvolvê-lo como São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Cabreúva, Itupeva, Amparo, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Cajamar, Ibiúna, Piedade e Pilar do Sul.
O coordenador afirma que nas últimas décadas, o Estado de São Paulo teve uma queda drástica na chamada produção inicial do vinho, já que muitas das vinícolas paulistas praticamente só engarrafam a bebida vinda do Sul do país. Paralelamente, a demanda paulista tem cada vez crescido mais. Por isso a idéia principal é dar subsídios para que os atuais "pequenos e poucos" produtores do Estado sejam incentivados a cultivar a uva. "A questão é por que não produzimos nosso próprio vinho?", questiona.

SPVinho
Por essa razão, o projeto - que partiu dos próprios produtores da região - tem apoio dos sindicatos da Indústria do Vinho de São Roque e Jundiaí, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia Agrícola (Apta), responsável em fornecer recursos para a iniciativa.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Vinho de São Roque, Claudio de Góes, foi criado neste ano o Instituto SPVinho, que tem a base em São Roque, com o qual já foi possível reduzir, junto ao Governo, a alíquota do ICMS para a indústria paulista do setor, que caiu de 25% para 12%. Também neste ano, o instituto teve aprovada a instalação de um laboratório para análise do vinho, que funcionará numa escola do Senai em Campinas, ao custo de R$ 1,4 milhão, com apoio da Fiesp. "Quer dizer, nós mesmos queremos fiscalizar o vinho. Sempre com aposta na qualidade", argumenta Góes.

Futuro
Atualmente o instituto espera aprovação de diagnóstico para o setor junto à Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP). A verba para a pesquisa, cerca de R$ 60 mil, está prevista para ser liberada ainda neste mês. Segundo o projeto, a pesquisa será desenvolvida entre agosto e dezembro próximo. A segunda etapa, depois do diagnóstico, será a implantação do projeto. A previsão é de que seja instalado no início de 2007, com duração de três anos, até 2009, ao custo de R$ 300 mil, também com apoio da FAPESP e do Fiesp.